A maternidade
um desejo ou um propósito? Reflexões a partir do papel maternal das mulheres durante o período colonial.
Resumo
O presente trabalho objetiva problematizar a maternidade a partir do papel maternal das mulheres durante o período colonial. Tendo como pano de fundo alguns registros paroquiais de batismo da Freguesia Madre de Deus de Porto Alegre (1822), pretendemos abordar a maternidade não como algo inato à vida de todas as mulheres, mas sim como um objeto de construção histórico, político e social, destacando as consequências do ato de tornar-se mãe, ora como um momento de plenitude e êxito na etapa da vida de muitas mulheres, ora como resultado inesperado e um reduto indelével de sofrimento e estigmatização na vida feminina. O aporte teórico-metodológico utiliza-se dos estudos de Demografi a Histórica, História Social e da Família, tendo como destaque autores como Badinter (1985), Souza (1986), Teixeira (2004), Machado (2008), Del Priore (2009), entre outros. De modo geral, compreendemos a maternidade como algo inato, resultado de uma construção temporal e subjetiva, na qual estavam em jogo as vidas das mães e suas proles.