O espelho invertido de Íon: o percurso do dizer-a-verdade na narração de Padre Justino, em Crônica da casa assassinada
Palavras-chave:
Crônica da casa assassinada, Lúcio Cardoso, parrésia
Resumo
Com base no pensamento de Michel Foucault, no curso O governo de si e dos outros, examino, neste artigo, o percurso da parrésia ou dizer-a-verdade nos cinco capítulos do romance Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso, atribuídos ao narrador Padre Justino. Nessa perspectiva, minha análise se atém a dois tipos de parrésia muito semelhantes aos que Foucault identifica e classifica na peça Íon, de Eurípides, como oracular e confessional. Enquanto em Íon esses discursos apresentam a função de instituir uma genealogia para a cidade de Atenas, em Crônica da casa assassinada, os atos parresiásticos empreendidos por Padre Justino e Ana Meneses possuem, em seu conjunto, um sentido inverso ao da peça euripidiana, na medida em que estão a serviço da abolição de uma tradição familiar.Downloads
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Publicado
2014-06-23
Edição
Seção
Artigos
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