Oswald Ducrot e a argumentação na língua: a virada estruturalista na concepção dos sentidos

  • Sheilla Maria Resende Instituto de Estudos da Linguagem- IEL/UNICAMP
Palavras-chave: Enunciado, Teoria da Argumentação na Língua, Polifonia.

Resumo

Herdeiro do estruturalismo saussuriano, Oswald Ducrot, ao propor a Teoria da Argumentação na Língua e a Polifonia para descrever a concepção do sentido nas línguas naturais, se afasta, a uma só vez, da concepção benvenistiana de subjetividade na língua e da Teoria dos Atos de Fala de John L. Austin. A partir da mobilização de categorias ducrotianas para a análise de enunciados diversos, busquei corroborar a tese do autor de que o efeito argumentativo de um dizer resulta das relações entre pontos de vista colocados em cena por um locutor, ser do discurso. Usamos a língua, portanto,  não para ter acesso às verdades do mundo, tal qual preconiza a Semântica Formal, mas para constituí-lo e tentar fazer o outro compartilhar da nossa verdade.

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Biografia do Autor

Sheilla Maria Resende, Instituto de Estudos da Linguagem- IEL/UNICAMP
Mestranda em Linguística no Instituto de Estudos da Linguagem- IEL/UNICAMP e membro do grupo de pesquisa "Linguagem como prática social: analisando a produção, a recepção e a avaliação de interações, gêneros do discurso e estilos linguísticos", coordenado pela Professora Anna Christina Bentes. Durante sua graduação em Letras, na Universidade Federal de Lavras, foi bolsista do programa Jovens Talentos para a Ciência (CAPES/CNPq) e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da UFLA (PIBIC), ministrou aulas de inglês para a comunidade universitária como professora-bolsista do Programa Inglês Sem Fronteiras (CAPES/MEC) e trabalhou com pesquisas na área da Linguística Aplicada, mais especificamente com o ensino e aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Atualmente, suas pesquisas estão voltadas para os estudos do texto e do discurso.

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Publicado
2016-12-31
Seção
Artigos - Dossiê