https://periodicos.ufop.br/caletroscopio/issue/feedCaletroscópio2024-08-15T12:20:31-03:00Profª Carolina Anglada e Profª Rómina Laranjeiracaletroscopio@ufop.edu.brOpen Journal Systems<p style="text-align: justify;">ISSN: 2318-4574<br>O Periódico tem como objetivo promover e divulgar pesquisas no âmbito da linguagem em geral e, mais especificamente, nas áreas dos estudos linguísticos e literários e linguística aplicada, em suas interfaces com abordagens da memória cultural, da tradução e das práticas discursivas.<br>Publicação do Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos da Linguagem (PosLetras) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).<br>Periodicidade semestral.</p>https://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7510EDITORIAL 2024-07-25T17:45:51-03:00Mônica Gamagamamonica@gmail.comDayane de Oliveira Gonçalvesdoliveirag@outlook.com2024-07-25T14:06:22-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7136A representificação do ausente em O corpo interminável, de Claudia Lage2024-07-25T17:45:51-03:00Rosicley Andrade Coimbrarosicleycoimbra@yahoo.com.br<p>O objetivo deste trabalho é analisar a “representificação do ausente” (Catroga, 2009) no romance <em>O corpo interminável</em>, de Claudia Lage (2019). A hipótese principal é a existência de uma força compressiva que age sobre o protagonista originando uma tensão entre corpo ausente e corpo desejado. O passado recente do Brasil também é revisitado pela ficção que, estrategicamente, reencarna vozes anônimas, recupera o silêncio dos desaparecidos políticos e oferece-lhes um espaço para testemunharem. Tem-se um romance no qual o estético e o ético abrem espaço para uma reflexão sobre uma história forçadamente conclusa. Faz-se, pela via da literatura, uma crítica não apenas aos discursos oficiais da história, mas também aos dispositivos constitutivos da memória coletiva que ignora os traumas deixados pela violência de Estado. Nesse sentido, <em>O corpo interminável</em> estabelece um “diálogo com os signos da ausência” (Catroga, 2009) e converte-se em testemunho daqueles que não sobreviveram à violência de Estado.</p>2024-07-25T13:52:08-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7126"Vítima do infecundo" versus "una mujer empoderada"2024-08-15T12:20:31-03:00Nilza Mara Pereiranilzase@gmail.comFernanda de Paula Araújofernandaportugues2009@gmail.comLuciana Ferrari Montemezzoluciana.montemezzo@ufsm.br<p>Este artigo apresenta uma investigação acerca da representação feminina na sociedade espanhola do século XX. Sob um estudo qualitativo, analisaram-se a obra teatral <em>Yerma</em> (1993), de Federico García Lorca, e o romance <em>La Madre de Frankenstein</em> (2020), de Almudena Grandes. À luz da Literatura Comparada, fez-se um apanhado biográfico e literário dos autores e a análise das obras a partir das personagens Yerma e Aurora Rodríguez Carballeira: a primeira, vítima de sua infertilidade; a segunda, de antigos valores opressores que a contaminaram. Apesar de se apresentarem em gerações e gêneros distintos, no período anterior e posterior à Guerra Civil na Espanha, as obras fazem alusões significativas à sexualidade das personagens, à concepção do que significa ser mulher e aos papéis da honra e função social neste contexto. Portanto, embora carregassem a invisibilidade da mulher submissa e silenciada, ambas as personagens lutaram pela liberdade contra o sistema patriarcal que as oprimia.</p>2024-07-25T13:56:03-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7138Entre história, ficção e intertextualidade2024-07-25T17:45:51-03:00Luciana Muniz Ribeiromrluciana80@gmail.comCamila Soares Lópezcamila.lopez@ufu.br<p>Em <em>Sede</em> (2021), romance de Amélie Nothomb, Jesus narra seus últimos dias na Terra como alguém que partilha de sensações e sentimentos humanos, mas que também é dotado de poderes sobre-humanos. Esse conjunto de atributos nos possibilitou abarcar essa personagem por um viés tanto histórico quanto ficcional, aproximando, portanto, essas vertentes. Historicamente, entrevemos um indivíduo que viveu na Galileia, por muitos seguido, e posteriormente condenado à morte. Quanto à ficcionalidade, as citações anacrônicas da personagem nos despertaram o interesse por uma análise que possibilitasse compreender os entrelaçamentos e diálogos entre tais intertextos e a narrativa principal. Assim, selecionamos três exemplos intertextuais, os quais classificamos em três eixos: literário, religioso e filosófico. Estudar a intertextualidade por esse romance nos possibilitou vislumbrar aproximações entre a história e a ficção que circundam uma personagem milenar como Jesus, fazendo-nos compreender a possibilidade de se reescrever o passado em um presente em permanente mudança e (re)construção.</p>2024-07-25T13:30:42-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7178A literatura intimista frente aos dilemas do engajamento2024-07-25T17:45:51-03:00Jefferson Quelerjeffqueler@hotmail.com<p>Neste artigo, analisarei duas obras da literatura brasileira bastante conhecidas por seus temas engajados, a saber, <em>Quarup</em> e <em>Pessach: a travessia</em>, ambos de 1967, muitas vezes associadas à busca pela revolução brasileira. Seus respectivos autores, Antonio Callado e Carlos Heitor Cony, notabilizaram-se no início de suas carreiras pela construção de narrativas de cunho intimista e psicológico. Em meados da década de 1960, porém, incorporaram a essa dicção temas prezados por setores da esquerda revolucionária, como o recurso à luta armada. É possível que tenham feito essas novas escolhas estéticas embalados tanto pelos deslocamentos análogos que experimentaram no campo jornalístico após o golpe de 1964, quanto por pressões de um público consumidor de arte engajada que vinha se formando havia alguns anos. Dessa forma, talvez seja possível compreender os referidos livros como representações ficcionais de encruzilhadas com as quais se deparavam grupos de esquerda no Brasil naquele período, e não como prescrições de fórmulas revolucionárias.mulas revolucionárias.</p>2024-07-25T13:26:43-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7352Romance histórico ou história romanceada? 2024-07-25T17:45:51-03:00Tatiana Gonçalvestatimolg@gmail.com<p><em>Mariana</em> (1932), quinto livro do escritor mineiro Augusto de Lima Júnior, narra um momento de relevância histórica da primeira cidade de Minas Gerais, marcado por transformações em algumas de suas tradições religiosas e sociais, o que impacta diretamente a trajetória ficcional do protagonista da obra, Eugênio Harden. A trama se passa dez anos antes de sua publicação, em 1922, e apresenta vários elementos que podem ser discutidos em suas páginas no que tange às relações entre história e literatura. Nesse sentido, a partir das discussões de Mikhail Bakhtin (1998) sobre a teoria do romance e de Georgy Lukács (2011) sobre o romance histórico, este artigo tem como objetivo problematizar as relações entre história e literatura presentes na obra <em>Mariana</em>, além de analisar se ela pode ou não ser definida como um romance histórico.</p>2024-07-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7132Tradução, história e ideologia no romance Mapocho, de Nona Fernández2024-07-25T17:45:51-03:00Valéria Gomes Ignácio da Silvaval.pizzani@uol.com.br<p>Este ensaio problematiza a tarefa tradutória de um trecho do romance <em>Mapocho </em>(2002), de Nona Fernández, articulando história, ficção e verdade. Parte-se do pressuposto de que, além dos desafios relacionados ao léxico, a valores semânticos e sintáticos, é essencial explorar componentes ideológicos, considerando que o romance se apresenta como releitura da história, e propõe uma nova interpretação do registro oficial. Assinala-se que o posicionamento ético integra o exercício da tradução, refletindo a complexidade humana, na perspectiva de que os usos da linguagem são resultado de saberes e valores forjados em experiências privadas e sociais, hierárquicas, institucionais e de poder. A discussão toma como referência as formulações de Benjamin (2008), Gagnebin (1998; 2013) e Sarlo (2007), entre outros. Infere-se que a tradução deve oferecer ao leitor ferramentas para interpretar o real que o original quer transmitir, sem interferências que transformem sobremaneira o texto-fonte.</p>2024-07-24T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7400O reencantamento do mundo e o campo expandido na literatura2024-07-25T17:45:51-03:00Beatriz Cristina Peixoto Franciscobcpfrancisco1992@gmail.com<p>Este artigo busca dialogar com a teoria de ‘campo expandido’ da literatura, defendido pela professora argentina Florencia Garramuño em sua obra <em>A Experiência Opaca: </em><em>literatura e desencanto</em> (2012). Para isso, trabalha-se com o conto indígena do povo Mebengôkré Kayapó conhecido como “Amor originário”, narrado pelos contadores de histórias indígenas Aline Ngrenhtabare L. Kayapó e Edson Kayapó. Procura-se refletir como o conto indígena mobiliza o seu leitor para a imaginação, para o mundo, além de despertá-lo para outros sentidos como escutar a escrita. Para Garramuño (2012) o campo expandido relaciona-se com a “euxistenciateca do real”, segundo a qual é possível observar a experiência humana fragmentada e arquivada de maneira descontínua. Nesse sentido, o campo expandido na literatura atua como um espaço dinâmico e em constante evolução, segundo a qual a interpretação e a reinterpretação são essenciais para a compreensão da complexidade da vida e da expressão artística. Eis aí o reencantamento do mundo; pensar nessa literatura movente, que não trabalha sempre com as mesmas molduras e que pode expandir seu próprio conceito mobilizando seu leitor para o som, para o ouvir, movendo-o para lugares e devires. Modula-se a análise do conto observando como a narrativa se move lentamente, ou seja, o que se desdobra, se alonga, sussurra, também ecoando e vibrando no silêncio.</p>2024-07-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7080Índio de papel, papéis indígenas2024-07-25T17:45:52-03:00Jefferson Virgiliojv.ufsc@gmail.com<p style="font-weight: 400;">O ensaio apresenta breve revisão sobre o desenvolvimento da literatura indígena em língua portuguesa no território do Brasil. A apresentação é precedida por uma introdução com comentários generalistas sobre a produção de literatura indianista entre os séculos XVI e XIX, sendo concluído o ensaio com uma síntese sobre o que pode ser compreendido como uma teoria indígena que está em amadurecimento no Brasil.</p>2024-07-25T14:00:01-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7402Os espectros de Erico Verissimo2024-07-25T17:45:52-03:00Clara Lua de Oliveiraclaralua.mlbr@gmail.com<p>Este artigo propõe, a partir dos conceitos e noções apresentadas por Aníbal Quijano e Enrique Dussel, uma leitura decolonial do elemento fantástico presente em<em> Incidente em Antares</em>, obra publicada por Erico Verissimo em 1971. A partir da análise do levante dos mortos descrito na obra, com base na espectrologia de Jacques Derrida, apresenta-se uma possibilidade e interpretação da narrativa que entende a presença da Ditadura Militar como uma forma de sintoma da experiência colonial. Com isso, buscou-se reafirmar a ideia de que a manutenção do colonialismo se dá pela presença de espectros que encarnam a figura dos senhores de escravos que conservam o poder político dentro das fronteiras do eurocentrismo. Assim, proponho um exercício político de revisitação do passado por meio do espaço da ficção, no qual podemos reelaborar nossas experiências, a fim de contribuir para os estudos da crítica literária decolonial e dos estudos anticoloniais como um todo.</p>2024-07-25T13:41:19-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7418Não reconciliados2024-07-25T17:45:52-03:00Emilio Macielemaciel72@gmail.com<p>A leitura de uma das mais elusivas obras-primas do cinema brasileiro moderno, esse ensaio analisa os impasses de representação em <em>Os inconfidentes </em>(1972), de Joaquim Pedro de Andrade, tendo como pontos de partida, de um lado, as tensões criadas entre o vasto arsenal de dispositivos formais que o filme mobiliza operando quase como um modelo reduzido de toda a história do cinema, de Griffith a Godard, de Eisenstein a Rosselini –,e de outro, as hesitações em torno da construção da personagem de Tiradentes, cujo status heroico é ao mesmo tempo celebrado e desfigurado pela <em>mise</em><em>en-scène</em> de Joaquim Pedro. Discutir o complexo choque de significados que essa aposta deflagra, explorando algumas das implicações estéticas e políticas desse jogo de báscula, é o principal propósito deste artigo.</p>2024-07-25T12:55:16-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7137Corpo e acontecimento em Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector2024-07-25T17:45:52-03:00Pedro Henrique Rodrigues da Silvapedro_h_filosofia2@yahoo.com.br<p>Se considerarmos a escritura de Clarisse Lispector como uma singularidade (logo, como uma multiplicidade), podemos pensá-la por meio de um universo de conceitos. Escolhemos dois em meio a estes – o corpo e o acontecimento – que dialogam entre si e com outros, formando uma rede conceitual, e nos auxiliam no exercício de nossa leitura a respeito de <em>Perto do coração selvagem</em>. Diante disso, compomos o nosso escrito por meio de três movimentos: o da potência dos acontecimentos, o da negação/afirmação do animal perfeito e uma cartografia das sensações. Assim, acreditamos que é possível nos aproximar da escritura de Clarice e, em especial, entrever como o corpo é atravessado sem cessar por devires e tesões que engendram suas trajetórias.</p>2024-07-25T13:49:12-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7140O ritual da escrita fantástica e alquímica em O pirotécnico Zacarias, de Murilo Rubião2024-07-25T17:45:52-03:00Rodrigo Felipe Velosorodrigof_veloso@yahoo.com.br<p>Este trabalho tem por objetivo investigar como o ritual da escrita fantástica e alquímica acontece no conto “O pirotécnico Zacarias”, de Murilo Rubião. Pretendemos, assim, desenvolver uma análise em que as modificações do fantástico no texto tornam-se peripécias estratégicas. Logo, o título do livro reafirma a arte e ritual da escrita, pois os contos de Rubião, conforme a pirotecnia, a arte da magia, é resgatada da “paralisia do branco”: desdobrando-se no “devaneio do arco-íris”. Nesse processo pictórico é que está imbuído o caráter sublime e fantástico da narrativa, uma vez que a alquimia junguiana será o método-teórico utilizado, a fim de identificar a semântica das cores na literatura fantástica, e esta, sendo uma metamorfose literária na qual o narrador se converte na própria imagem do artista. Para tanto, utilizaremos autores como Arnold Van Gennep (2011), Carl Gustav Jung (1988; 2007), Mircea Eliade (1992), Tzvetan Todorov (2014), dentre outros.</p>2024-07-25T13:05:24-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7467Apresentação: Civilização negra da diáspora 2024-07-25T17:45:52-03:00Viviane Araújo Alves da Costa Pereiraviviane.pereira.fr@gmail.com<p>Texto de apresentação do artigo "Civilisation noire de la diaspora", publicado por Maryse Condé na revista Présence Africaine, de 1975.</p>2024-07-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7513Civilização negra da diáspora2024-07-25T17:45:52-03:00Viviane Araújo Alves da Costa Pereiraviviane.pereira.fr@gmail.comMaryse Condécaletroscopio@ufop.edu.br<p>Artigo "Civilisation noire de la diaspora", publicado por Maryse Condé na revista Présence Africaine, de 1975.</p>2024-07-25T16:54:25-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7495Onde Literatura e Memória se encontram2024-07-25T17:45:52-03:00Astrid Erllerll@em.uni-frankfurt.deAnsgar NünningAnsgar.Nuenning@anglistik.uni-giessen.deSimone Garcia de Oliveirasimone.garcia@ifmg.edu.br<p>Este artigo explora a relação multifacetada entre literatura e memória. Inicia abordando o conceito de "memória da literatura", discutindo intertextualidade, história dos gêneros e historiografia literária. Em seguida, aprofunda-se nos modelos miméticos de memória e literatura, discutindo como a literatura cria e enriquece a realidade através de processos dinâmicos. Baseando-se no conceito de mimesis de Ricoeur, o artigo diferencia entre referências extra-literárias, representações textuais e a formação de memórias individuais e coletivas. A obra de Marcel Proust é destacada como um exemplo crucial de representação da memória literária. O artigo também discute a relação intrincada entre literatura e memória coletiva, considerando a interação histórica e o papel evolutivo da literatura como um medium para a memória cultural coletiva. Finalmente, o texto propõe direções para pesquisas futuras, enfatizando o diálogo interdisciplinar e a integração de estudos tradicionais e contemporâneos sobre a memória para aprofundar a compreensão do papel da literatura nas culturas da memória.</p>2024-07-25T09:40:41-03:00Copyright (c) 2024 Caletroscópio