https://periodicos.ufop.br/caletroscopio/issue/feedCaletroscópio2025-06-17T07:43:03-03:00Profª Carolina Anglada e Profª Rómina Laranjeiracaletroscopio@ufop.edu.brOpen Journal Systems<p style="text-align: justify;">ISSN: 2318-4574<br>O Periódico tem como objetivo promover e divulgar pesquisas no âmbito da linguagem em geral e, mais especificamente, nas áreas dos estudos linguísticos e literários e linguística aplicada, em suas interfaces com abordagens da memória cultural, da tradução e das práticas discursivas.<br>Publicação do Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos da Linguagem (PosLetras) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).<br>Periodicidade semestral.</p>https://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/8039Editorial2025-06-09T08:37:16-03:00Carolina Angladaangladacarolina@gmail.comDerick Teixeiraderick.davey@gmail.com2025-06-06T15:00:51-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7883A fundação contingente do acaso nos destinos da pulsão2025-06-09T08:37:16-03:00Bernardo Sollar Godoibernardosollar@gmail.com<p>Desde <em>Além do Princípio de Prazer</em>, o conceito de pulsão passa a ser articulado com a compulsão à repetição. Reformulando esse conceito, Lacan destaca que a associação livre, ao funcionar como uma fala entregue ao acaso, revela, paradoxalmente, a determinação simbólica que organiza o sujeito. Este ensaio explora essa articulação entre acaso, contingência e necessidade nos destinos da pulsão, a partir da interlocução entre psicanálise e a leitura de Meillassoux sobre o poema <em>Um lance de dados jamais abolirá o acaso</em>, de Mallarmé. Meillassoux mostra como Mallarmé fixa o acaso ao fazer coexistirem alternativas opostas em caráter indecidível, mas essa fixação só se torna possível porque um ato inaugural e contingente funda o campo de alternativas possíveis. Ao instaurar o universo de possibilidades, a contingência absoluta cria também o solo sobre o qual se desenha a repetição – uma repetição que, no entanto, oculta sua própria origem contingente e traumática.</p>2025-06-06T14:12:18-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7887Hölderlin non-dupe?2025-06-09T08:37:16-03:00Mateus Mourão Silvamateusmourao@gmail.comGustavo Maangmn2118@columbia.edu<p>Examinamos a noção de <em>errância</em> (Irrsal) nos textos de Friedrich Hölderlin como substrato de uma posição ética. A partir de sua proposição de um <em>afastamento categórico</em>, confrontamos a escrita de Hölderlin às elaborações de Jacques Lacan nos anos 1970 sobre a errância como condição de existência. Ao inventar um saber-fazer com a errância, Hölderlin se serve dela como uma <em>ajuda</em> que lhe permite radicalizar sua prática de escrita.</p>2025-06-06T14:10:47-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7876H’era: erotismo, pulsão e desejo em Max Martins2025-06-09T08:37:16-03:00Marcela Maria Azevedomarcelaazevedo@live.com<p>Este trabalho visa investigar a relação entre sexualidade e linguagem que marca a poesia do poeta Max Martins (1926-2009), sobretudo em seu livro <em>H’era</em> (1971). Para tanto nos apoiamos na teoria psicanalítica, situando que o encontro fundante entre corpo e linguagem traz como o resíduo o objeto <em>a,</em> que responde ao mesmo tempo pelo vazio estrutural e pelo desejo. Observamos, a partir da análise de alguns poemas do livro, que o poeta opera levando a linguagem até os limites, expondo a falta de significação, e como, nesse território, cria um espaço de erotismo em que se sobressai o saber-fazer com o objeto <em>a</em> em uma cena desejante com o leitor.</p>2025-06-06T14:13:56-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7880Cortar, cortar-se:2025-06-09T08:37:16-03:00Jonas Samudioalfjonasss@yahoo.com.br<p>No ensaio, partimos da figura <em>um</em> <em>corp’a’screver</em>, de Maria Gabriela Llansol, para ler os corpos escritos das místicas santa Verônica Giuliani e Santa Maria Margarida Alacoque. Teremos, como referência, além das autoras citadas, recorreremos a Lucia Castello Branco, Roland Barthes, Gerard Pommier, Martin Heidegger, Jacques Lacan, Michel de Certeau, Severo Sarduy, dentre outros. Objetivamos propor um pensamento acerca da escrita literária e da escrita mística que, a partir na dimensão do gozo, tem lugar corpóreo e se dá como o trabalho de contornar, por vezes de forma literal, as letras, ainda sobre o corpo, demarcando-o em sua singularidade.</p>2025-06-06T14:15:01-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7922O pulso da escrita poética na margem da literatura com a psicanálise 2025-06-09T08:37:17-03:00Claudia Itaborahy Ferrazclaudiaitaborahyferraz@gmail.com<p>O artigo propõe verificar, em torno dos movimentos da tradução, os efeitos que o poético tem na escrita, na literatura e na vida, a partir de conceitos que se articulam na margem entre literatura e psicanálise. </p>2025-06-06T14:16:22-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7886A pulsão da escrita, o endereçamento e a letra em Ana Cristina Cesar2025-06-17T07:43:03-03:00Amanda Mouraamandajfmoura@gmail.com<p class="p2">Este texto reflete sobre a escritura de Ana Cristina Cesar, a fim de acompanhar a pulsão da escrita. Com amparo teórico e crítico oriundo da teoria literária e da psicanálise, investiga-se: a) o desejo de escrever, desdobrado em Querer-Escrever e pulsão da escrita; b) a interlocução e o endereçamento, procedimentos fulcrais na obra da referida autora; c) a letra, noção que aproxima a literatura e a psicanálise.</p> <p> </p>2025-06-06T14:17:35-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/8038A ninfa-histérica: 2025-06-09T08:37:17-03:00Izabel Haddadizabelhaddad@hotmail.com<p>Esse texto pretende analisar o elemento pulsional e feminino na psicanálise, a partir de duas figuras de mulher; a saber, a ninfa na história da arte e a histérica, figura de mulher dissecada pelos primeiros textos de Sigmund Freud. O objetivo é aproximar essas figuras dos conceitos de reminiscência e sobrevivência (nacheleben). A reminiscência enquanto um sintoma que surge com muita prevalência na clínica da histeria, e o conceito de sobrevivência ou nacheleben, abordado pelo historiador de arte Aby Warburg e relido pelo filósofo Didi-Huberman.</p>2025-06-06T14:33:48-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7888Do umbigo do horror à melodia das pulsões2025-06-09T08:37:17-03:00Fillipe Doria de Mesquitafillipedoria@gmail.com<p>O presente artigo investiga o problema do caráter fragmentário de relatos em torno do horror do sistema prisional. Parte da pergunta: <em>como cingir o umbigo do horror, descompletando o arranjo simbólico e imaginário?</em> Para enfrentar a questão, abordamos dois aspectos da interpretação analítica: a decifração do estranho (<em>fremd</em>) a partir das relações de oposição por meio da transferência e do trabalho da cadeia significante no circuito da pulsão; ler a letra do sintoma, uma experiência com o corpo e com o movimento da pulsão. Buscamos apontar, por meio de fragmentos, a maneira singular com que Jorge Almeida resiste à “prisão”, ao encontro com a "segurança pública". <em>O infamiliar</em> ([1919] 2019), fornece-nos a chave para uma <em>estratégia de leitura</em> do fragmentário, do irregular, próprio ao relato do horror prisional.</p>2025-06-06T14:18:51-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7858Entre o esvaziamento do espírito e as remanescências simbólicas2025-06-09T08:37:17-03:00Elizabete Farias de Castobetifariasdecastro@gmail.com<p>Este artigo investiga a linguagem surrealista e sua relação com a psicanálise, explorando como artistas latino-americanos como Tilsa Tsuchiya e Leila Ferraz usam a arte e a literatura para representar conteúdos do inconsciente e a realidade além da lógica racional. A psicanálise, com seus conceitos de pulsão e inconsciente, se entrelaça com as obras desses artistas, que criam imagens oníricas e eróticas, refletindo a tensão entre Eros e Tânatos. Este estudo se insere na proposta do dossiê temático ao considerar a pulsão como motor da criatividade artística, investigando como o surrealismo, enquanto expressão de liberação e delírio, dialoga com os desafios da subjetivação e as relações entre arte, literatura e psicanálise.</p>2025-06-06T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7827Literatura e Psicanálise2025-06-09T08:37:17-03:00Daniel Carvalho de Almeidadanielgtr@gmail.com<p>Este artigo investiga a conexão entre literatura e psicanálise, analisando a criação literária como um processo psíquico similar ao brincar infantil descrito por Freud. A escrita poética é apresentada como uma prática essencial no contexto educacional, favorecendo a expressão de fantasias e emoções. Ao comparar a atividade poética à brincadeira, o texto defende que a poesia na escola pode contribuir para aliviar tensões psíquicas e construir novas visões sobre a realidade.</p>2025-06-06T14:22:25-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7853Édipo, em êxtase, inunda-se nas (i)móveis profundezas do sangue:2025-06-09T08:37:17-03:00Matheus Pereira de Freitasmatheusp1245@hotmail.comHermano de França Rodrigueshermanorgs@gmail.com<p style="font-weight: 400;">Nas dissonantes anunciações de uma nova perspectiva para as clássicas narrativas de horror que versam sobre a ameaça do (sobre)natural, haja vista o fantástico ficcional, Franz Kafka escindira os cercos das estruturas narratológicas, desnudando a fragilidade que impera sobre a realidade e suas formas de representação, pois, com sua volubilidade criativa, o escritor tcheco fora capaz de unir o campo da parábola, considerado aversa à estética fantástica, ao dispor, não apenas, de um referencial, a partir do narrador-personagem, que enuncia uma voz presente, mas, sobretudo, pela implicidade de uma (a)moral canibalesca. Assim, o presente trabalho estruturar-se-á sob o prisma de uma das parábolas kafkianas, <em>O abutre</em> (1920), guiar-nos-emos pelos dispositivos estéticos que autorizam um exame baseado nos efeitos indômitos do fantástico, sobretudo ao inferir os domínios da subjetividade e as insustentáveis moções inconscientes, cujos ressumbres aniquiladores ressoam o apetite à aniquilação, Tânatos vertido em símbolo pela linguagem que o esgarça.</p>2025-06-06T14:23:57-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/8040Entrevista a Raul Antelo2025-06-09T08:37:17-03:00Carolina Angladaangladacarolina@gmail.comJoão Vitor Araújojvp.araujo@hotmail.com<p>Raul Antelo foi professor titular de literatura brasileira na Universidade Federal de Santa Catarina, Guggenheim Fellow e professor visitante nas Universidades de Yale, Duke, Texas at Austin, Maryland e Leiden, na Holanda. Presidiu a Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC) e recebeu o doutorado honoris causa pela Universidad Nacional de Cuyo. Entre as suas diversas produções, destacam-se <em>Crítica acéfala</em> (2008), <em>Maria com Marcel</em>: Duchamp nos trópicos (2010), <em>A máquina filológica</em> (2021) e <em>Inventário de sonhos usados</em>: Goya plagia Didi-Huberman (2022).</p> <p>Nessa entrevista, gentilmente concedida a Carolina Anglada e a João Vítor Araújo, o intelectual parte da memória das primeiras bibliotecas, onde o encontro com o <em>pathosformel</em> warburguiano traçara algo no corpo e no imaginário do futuro pesquisador: da solução de compromissão que o sintoma representa na esfera subjetiva, incorporada a um modo de leitura por vir, será seu poder de dissolução que agora passa a valer como dispositivo crítico das imagens. Logo, a montagem dessas reminiscências não poderia não dispor o historiador da arte José Pijoan ao lado de García Lorca, traduzido por Drummond. O diálogo, então, avança, do espelho à tela e à escopifilia, da formação à subversão do sujeito, da forma e da fórmula ao <em>pathos</em>, em torno de questões que infinitamente deságuam em outras leituras, como uma dança inesperada entre perguntas e comentários, sempre um passo para além do conhecido. Uma oportunidade singular de ler a persistência pulsional, ao mesmo tempo dissolvente e construtiva, a enredar, em uma fabulosa e rigorosa trama, trajetos indiretos, transmissões invisíveis e a latência da memória. </p>2025-06-08T11:50:08-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7868 O desejo de psicanálise: exercícios de pensamento lacaniano, de Gabriel Tupinambá2025-06-09T08:37:18-03:00João Gabriel Ribeiro Passosjoaogabrielribeiropassos@gmail.comRodrigo Corrêa Martins Machadorodrigo.machado@ufop.edu.br<p>A presente resenha tem como objetivo apresentar alguns dos eixos nodais a estruturar o livro <em>O desejo de psicanálise: exercícios de pensamento lacaniano</em>, de Gabriel Tupinambá, bem como apontar sua pertinência tanto teórico como prática no que tange os desafios da clínica psicanalítica contemporânea. Para tal, irá se valer do exame detido de algumas das categorias fundamentais tanto construídas como rediscutidas no trabalho — a ideia de uma ideologia lacaniana e a economia política da clínica —, aliados a apresentação de alguns antecedentes e filiações teóricas. A conclusão, em suma, é de que o trabalho representa tanto a confluência dos esforços de analistas, analisandos e mesmo entusiastas da psicanálise para uma experiência outra da clínica.</p>2025-06-08T12:24:28-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7884O que é escrita feminina: seguido de Feminino de ninguém: exercícios de aproximação, Lucia Castello Branco2025-06-09T08:37:18-03:00Carlos Rafael Pintorafaelpinto.email@gmail.com<p>A resenha aborda a segunda edição do livro <em>O que é escrita feminina</em> (2024), de Lucia Castello Branco, que, através de uma abordagem entre literatura e psicanálise, reflete acerca das relações entre o feminino e a escrita.</p>2025-06-08T11:57:04-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7882Das partes abertas: ensaio sobre o gozo da matéria, de Jonas Samudio2025-06-09T08:37:18-03:00Patrícia Pereirapatriciarpereira@gmail.com<p>A resenha tem por intuito refletir acerca do livro <em>Das partes abertas</em>: ensaio sobre o gozo da matéria, publicado pela Amitié Casa Editorial, de Salvador, pelo escritor Jonas Samudio, recentemente, em 2024. A partir da imagem de Santa Teresa d’Ávila, do escultor barroco Gian Lorenzo Bernini, do século XVII, a obra provoca uma reflexão acerca do gozo da matéria, de modo que evoca aspectos da psicanálise, arte, gozo e matéria. Soma-se a isso, o fato de que a escrita é constantemente atravessada por uma voz poética, que transita por suas páginas, sem jamais dividir o mesmo espaço da escrita em prosa.</p>2025-06-08T12:00:46-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópiohttps://periodicos.ufop.br/caletroscopio/article/view/7409Agripina Menor e o uso de estereótipos retóricos na representação de mulheres em posição de poder2025-06-09T08:37:18-03:00Bianca Da Silva Cobrabiancacobra8@gmail.com<p>O presente artigo tem o objetivo de analisar a representação de Agripina Menor mediante critérios previstos por tratados retóricos, que estabelecem certos modelos de conduta (estereótipos retóricos) previstos também pelos preceitos poéticos. É nosso objetivo analisar a caracterização de Agripina sob essa lente retórica, pois assim poderemos entender como sua representação foi intencionalmente construída de forma vituperiosa, não somente por questões políticas ou sociais, mas, mais importante, por um segmento formal, inserido na educação discursiva do discurso masculino dominante.</p>2025-06-08T11:44:09-03:00Copyright (c) 2025 Caletroscópio