(ENTRE)LINHAS: Revista do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Ouro Preto

Neocolonial e Modernismo

Bruna Carneiro Leão Simões — Qua, 03 Abr 2024 00:00:00 -0300

Esse trabalho busca demonstrar, por meio da perspectiva da arquitetura neocolonial e da arquitetura moderna, as semelhanças e as diferenças entre a forma como visualizam, tratam, reinterpretam e protegem a arquitetura colonial, buscando evidenciar o histórico da disseminação de cada ideal arquitetônico e a sua repercussão na arquitetura reconhecida como verdadeira identidade nacional. O presente artigo aborda as intervenções arquitetônicas realizadas na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, em meados do século XX. Para compreender como foram formadas e implementadas as primeiras medidas de preservação patrimonial, foi necessário o aprofundamento sobre o desenvolvimento ideológico do Movimento Modernista perante a proteção da herança nacional. Tal ideologia, primeiramente, sofreu um embate com as convicções desenvolvidas pelos defensores do estilo neocolonial diante das primeiras tentativas de preservação. Contudo, a vitória dos modernistas garantiu que esses tomassem a frente na criação das instituições de proteção ao patrimônio e, portanto, que fossem os responsáveis por desenvolver as primeiras medidas e legislações de conservação da arquitetura nacional. Esse artigo demonstrou que há pontos de convergência entre ambas ideologias, como a importância da proteção da arquitetura colonial e a perspectiva desse estilo como a verdadeira identidade nacional, bem como há pontos de divergência, como a maneira em que cada um dos pensamentos compreende a arquitetura colonial como parte da tradição brasileira. Ao evidenciar a temática de proteção ao patrimônio edificado, demonstra-se a importância de salvaguardar outros estilos arquitetônicos que fizeram parte de períodos históricos de desenvolvimento do país, o que aumenta ainda mais a pertinência desse trabalho.

Novos olhares, novas escritas: a arte de Georgina de Albuquerque no Centenário da Independência

Paula de Souza Ribeiro — Qua, 24 Abr 2024 19:37:36 -0300

O artigo busca apresentar e discutir algumas questões acerca da participação da artista Georgina de Albuquerque na Exposição de Arte Contemporânea, organizada como parte das celebrações do Centenário da Independência do Brasil. Faremos uma análise do quadro “Sessão do Conselho de Estado que decidiu a Independência”, e sua relação com o evento, no qual foi apresentado ao público pela primeira vez. A tela em questão também proporcionou a Georgina o título de primeira artista brasileira a ser premiada com a aquisição pública da obra 1922, sendo esta a mais alta premiação oferecida aos artistas. Para além dos aspectos relacionados à obra, traremos também algumas outras considerações sobre as construções discursivas em torno do Centenário dentro e fora do campo artístico.

O “perfil” da medusa ou o mosaico contemporâneo do controle de si.

Augusto Ramires — Qua, 24 Abr 2024 19:41:23 -0300

O presente artigo/ensaio tem como objetivo principal discutir as manifestações dos dispositivos de subjetivação neoliberal a partir de uma aproximação reflexiva sobre as dimensões do controle de si e escrita de si em meios digitais. A reflexão pauta-se na análise daquilo que o crítico cultural alemão Siegfried Kracauer denominou como “fenômenos de superfície”, ou seja, espetáculos de grande interesse estético. Nesse sentido, serão analisados de forma ensaística o reality show O aprendiz e a plataforma de rede social de compartilhamento de fotos e vídeos Instagram no intuito de contribuir para uma apreensão da lógica de subjetivação e totalização neoliberal.

TEORIA ECONÔMICA DO PODER DE COMPRA DA MOÉDA E A AMEAÇA DA INFLAÇÃO

Daniel Magalhaes Bezerra — Ter, 07 Mai 2024 15:23:41 -0300

O artigo irá mostrar que os altos níveis de inflação das décadas de 1980 e 1990 podem
ser considerados como um desconto intertemporal de utilidade resultado das decisões
do modelo desenvolvimentista instável implementado décadas antes, de modo que
houve uma troca do futuro pelo presente, onde as gerações futuras (1980/90) tiveram
de arcar com o ônus oriundo das forças desequilibradas geradas ao longo do tempo e
que, entre outros, se objetivaram na inflação e em suas formas especiais - como
estagflação e inflação inercial. Ou seja: as políticas adotadas décadas antes resultaram
em um desconto intergeracional de bem-estar em prejuízo das gerações futuras.
Inicialmente será apresentado a teoria do poder de compra da moeda e a questão da
inflação, logo após haverá uma aplicação a experiência inflacionária Brasileira do
período acima mencionado.