A racionalidade da arte poética em Aristóteles

  • Tiago Penna
Palavras-chave: Aristóteles, Arte, Poética, Phrônesis, Lógos

Resumo

No corpus aristotélico, especialmente na Ética a Nicômaco, na Metafísica, e na Poética, a arte é definida ora como uma capacidade raciocinada de produzir, ora como um juízo geral acerca de seres ou ações que possuem atributos em comum, obtidos através da experiência. Já a arte poética, é definida essencialmente como mimesis de ações de homens que operam através de agentes (especialmente no que concerne às artes dramáticas). Sendo assim, a capacidade de produzir (poiésis) se distingue da capacidade de agir (práxis), pois no caso da arte, a obra de arte (fruto da atividade artística), e o agente inteligente que ordena a matéria segundo uma forma específica, são diferentes entre si, permitindo definir a atividade artística a partir das quatro causas estipuladas por Aristóteles. Do ponto de vista epistemológico, nos interessa analisar o lógos distintivo da atividade criativa, própria da arte. Neste sentido, tal racionalidade é universal, embora se debruce sobre a contingência e o particular, próprios do contexto da ação e da produção, de modo que se faz necessário, portanto, também distinguir a racionalidade da arte da prônesis (habitualmente traduzida como prudência ou sabedoria prática), pois Aristóteles considera tácita a distinção entre agir e produzir.

Publicado
2014-06-30
Seção
Artigos