Um estranho compromisso semântico: o minimalismo sem proposições mínimas

  • Ana Cristina Serralheiro Falcato Universidade Nova de Lisboa

Resumo

Neste artigo é detalhadamente analisada uma versão sui generis de Minimalismo Semântico, o  Minimalismo  sem  Proposições  Mínimas,  com  o  fito  de  o  confrontar  com  a  mais  radical versão de Contextualismo que podemos encontrar no panorama teórico actual em Filosofia da Linguagem: o Ocasionalismo. Ambas as posições rejeitam o proposicionalismo, ou seja, a necessidade de adscrever conteúdo proposicional às elocuções particulares de frases-tipo das línguas naturais, ainda que esse conteúdo seja “mínimo”. Mas o Minimalismo sem Proposições Mínimas separa-se radicalmente do Ocasionalismo, na medida em que parte de uma noção extremamente empobrecida de Pragmática, sendo uma das suas premissas fundamentais uma divisão estrita entre “conteúdo semântico” e “conteúdo pragmático” na interpretação de espécimes de frases-tipo. Só que essa premissa assenta numa restrição abusiva das tarefas cumpridas por cada tipo de conteúdo e – o que é mais grave – numa adscrição formal de putativo “conteúdo semântico” a uma entidade que não existe.
Publicado
2013-06-09
Como Citar
Serralheiro Falcato, A. C. (2013). Um estranho compromisso semântico: o minimalismo sem proposições mínimas. Fundamento, 1(4). Recuperado de https://periodicos.ufop.br/fundamento/article/view/2274
Seção
ARTIGOS INÉDITOS