NOTAS WITTGENSTEINIANAS SOBRE O CONCEITO DE MILAGRE

  • Alison Vander Mandeli UFSC

Resumo

Muitos teístas argumentam que a ocorrência de milagres é prova cabal da existência de Deus. Partindo de algumas ideias de Wittgenstein, pretendo mostrar que essa postura teísta é equivocada, dado que a essência do fato milagroso seria o deslumbramento e posterior mudança de vida que ele pode ocasionar no observador e não um fenômeno inexplicável, sendo mais compreensível ao postularmos a existência de um autor divino para ele. O milagre não prova a existência de Deus, mas proporciona uma possibilidade para que o observador aceite uma cosmovisão religiosa. Por outro lado, dizer que um fato não é milagroso, pois explicações científicas ou filosóficas desmistificam-no, também é equivocado. Tentarei mostrar que a aura divina de um evento não precisa necessariamente desaparecer após encontrarmos uma explicação para ele. Por fim, mostrarei que esta compreensão wittgensteiniana dos milagres pode ser considerada compatível com a tradição cristã, contrariando uma primeira impressão que ela nos causa.

Como Citar
Mandeli, A. V. (1). NOTAS WITTGENSTEINIANAS SOBRE O CONCEITO DE MILAGRE. Fundamento, 1(7). Recuperado de https://periodicos.ufop.br/fundamento/article/view/2396
Seção
ARTIGOS INÉDITOS