O jornalista com múltiplas funções no rádio: velhos preconceitos para novos desafios
Resumo
Parte da ideia de que o rádio adotou uma atuação expandida (KISCHINHEVSKY, 2016), provocando transformações na rotina profissional. Defende que tais alterações precisam ser analisadas no contexto da convergência, estratégia de posicionamento predominante no meio, e não mais dentro dos parâmetros do período anterior, quando dominava a segmentação (FERRARETTO, maio-ago. 2012). Em relação às múltiplas funções atribuídas aos profissionais, pondera que as tecnologias, como extensões do ser humano (McLUHAN, 1974), apresentam aspectos positivos e negativos. Procurando fugir de posições preconceituosas em relação às inovações, busca situações semelhantes no passado e concentra a análise no segmento de jornalismo e no cargo de repórter, indo a campo para analisar as alterações registradas na Gaúcha, de Porto Alegre, da segunda metade da década de 1980 até a atualidade.
Referências
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