A liberdade subjetiva diante da noção de progresso do material:

um capítulo da estética musical alemã do século XX

  • Igor Baggio Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Palavras-chave: estética da música, progresso, modernismo musical, Adorno

Resumo

O artigo a seguir trata de um capítulo decisivo da reflexão sociológica e filosófica sobre a música na Alemanha no contexto do modernismo das três primeiras décadas do século vinte, capítulo relativo a reflexões sobre a pertinência da incorporação da noção de progresso pelo discurso estético musical. As posições de três autores fundamentais são abordadas, as de Ernst Bloch, Max Weber e Theodor Adorno, sendo a contribuição deste último o foco de nossa atenção. O principal objetivo do texto é mostrar que as reflexões de Adorno em torno da questão da liberdade subjetiva diante da noção de progresso do material, além de depender do contato direto do filósofo com as questões composicionais das vanguardas, também se nutre do diálogo com outros autores importantes de sua época cujas reflexões costumam ser esquecidas pelos comentários da filosofia da música adorniana. Por outro lado, gostaríamos de mostrar como a posição materialista de Adorno resolve dialeticamente questões teóricas maiores levantadas anteriormente por Bloch e Weber sobre a pertinência estética da noção de progresso.

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Biografia do Autor

Igor Baggio, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) com tese sobre a filosofia da música em Adorno. Pós-doutorando em música na Universidade Estadual Paulista (UNESP). É o autor do livro "O dodecafonismo tardio de Adorno" (Edunesp/2010).

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Publicado
2018-08-10
Seção
Estética e Filosofia