Apenas um trickster pode nos salvar: hiperordenando posições de identidade queer

  • Jacob W. Glazier Professor no Departamento de Psicologia da Universidade de West Georgia.
  • Mariana Lage
  • Matheus de Simone
Palavras-chave: Estudos de gênero, Donna Haraway, Alexander McQueen, Teoria queer, Trickster, Estética queer

Resumo

A pesquisa de Donna Haraway realiza uma dura polêmica contra a perspectiva essencialista presente nas teorias feministas e nos estudos de gênero ao confiar em uma metodologia original, que não rejeita as armadilhas de uma cultura viciada em tecnociência, tampouco simplesmente as abraça; mas, ao contrário, desenvolve uma metodologia que habita as ditas posições críticas por meio da ironia, da hipérbole e da iconoclastia. Essa abordagem é batizada aqui de hiperordenamento [hypercommandeering]: um neologismo que combina a afinidade hiperativa do excesso, da decadência e da superprodução na pós-modernidade com as conotações políticas de ordenações do blitzkrieg, necessárias à sobrevivência num contexto como esse. Assim sendo, este projeto dança e se desvia entre figuras de linguagem na medida em que, dada a ontologia subjacente do trickster, o ato de exagerar e inverter significados revela mais a respeito da verdade do que um argumento linear, desmentindo uma metalinguagem fingida e, portanto, imperialista. Esse é o caminho da geratividade, e não de objetivos finais – de ser capaz de falar todas as línguas possíveis por meio da heteroglossia metodológica, a partir da qual se origina uma instância política que não é a de anarquismo nem a de imperialismo, mas a de uma cabeça de Janus. As estratégias do trickster podem atacar os flancos da cortina de ferro da metonímia e violá-la por meio do artifício. Um exemplo de hiperordenamento é dado por meio de uma leitura do desfile VOSSde primavera/verão de 2011 do estilista Alexander McQueen. 

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Biografia do Autor

Mariana Lage
Mariana Lage é escritora, professora e pesquisadora de pós-doutorado (bolsista Capes/PNPD) no Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora - IAD-UFJF, doutora e mestre em Estética e Filosofia da Arte, pela UFMG. 
Matheus de Simone

Matheus de Simone é artista e mestrando em Artes, Culturas e Linguagens, no Instituto de Artes e Design na UFJF.Apenas um tricksterpode nos salvar: hiperordenando posições de identidade queer

Publicado
2018-08-10
Seção
Tradução