Extensão universitária e curricularização da extensão: considerações sobre a formação em serviço social
Resumo
O presente artigo problematiza a extensão universitária enquanto um desafio à formação em Serviço Social na atualidade dando ênfase à obrigatoriedade do cumprimento da Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014 - que aprova o Plano Nacional de Educação 2014-2024. Este processo tem sido denominado de ‘curricularização da extensão’ e determina que o/a discente cumpra ao longo da sua graduação 10% do total da carga horária em ações extensionistas. Tal ação assume um caráter contraditório ao que se refere à extensão universitária enquanto um dos âmbitos da formação acadêmico-profissional. De um lado, a compulsoriedade de cumprimento desta meta sem maiores condições objetivas por parte das Instituições de Ensino e pelos/as discentes, e por outro, a luta e defesa da extensão enquanto um momento importante do processo de ensino-aprendizagem de novas assistentes sociais. A linha que separa e une estas questões é tênue. Diante disso, aponta-se a importância de que a graduação seja de qualidade a partir da efetiva articulação entre as dimensões do ensino, da pesquisa e da extensão, e socialmente referenciada e alinhada aos legítimos interesses da classe trabalhadora materializando no âmbito da formação acadêmica o exposto e defendido no Projeto ético-político profissional das assistentes sociais. Assim, reitera-se a importância e necessidade de que a extensão universitária assuma e se oriente pelo caráter popular e classista.
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