Os Instrumentos Jurídicos na Proteção de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em ambientes urbanos (Consolidados)

  • Gustavo Luiz Faria Ribeiro UFOP
  • Viviane Martins Rebello dos Santos Universidade Federal de Ouro Preto
  • Kerley dos Santos Alves Universidade Federal de Ouro Preto
  • Ângela Leão Andrade Universidade Federal de Ouro Preto
Palavras-chave: Áreas de Preservação Permanente, APPs, Áreas Urbanas Consolidadas, Código Florestal, Legislação Ambiental, Retrocesso Ambiental, Planejamento Urbano, Sustentabilidade

Resumo

Este estudo analisa os instrumentos jurídicos relacionados à proteção de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em áreas urbanas no Brasil. Com foco nas alterações legislativas que atribuíram aos municípios a prerrogativa de determinar as faixas de proteção, discute-se como essas mudanças podem impactar o equilíbrio entre a autonomia municipal e a proteção ambiental. A metodologia se baseia em revisão normativa e doutrinária, considerando legislações federais e municipais, revisões e estudos empíricos recentes. Os resultados indicam que, embora a descentralização possa facilitar o planejamento urbano, ela apresenta riscos de retrocesso ambiental. Conclui-se que a eficácia dessas mudanças exige estudos aprofundados, considerando limitações como a capacidade de fiscalização dos municípios e a necessidade de salvaguardar o princípio da vedação ao retrocesso ambiental.

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Publicado
2025-01-27
Como Citar
Faria Ribeiro, G. L., Martins Rebello dos Santos, V., dos Santos Alves, K., & Leão Andrade, Ângela. (2025). Os Instrumentos Jurídicos na Proteção de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em ambientes urbanos (Consolidados). Além Dos Muros Da Universidade, 10(1), 113-121. https://doi.org/10.70615/alemur.v10i1.7722
Seção
Artigos de Revisão