Sonho e embriaguez: o duplo estético nietzschiano em “Verde lagarto amarelo”, de Lygia Fagundes Telles

  • Kelio Junior Santana Borges Universidade Federal de Goiás
  • Maria Zaira Turchi Universidade Federal de Goiás
Palavras-chave: Duplo, Apolíneo, Dionisíaco, Friedrich Nietzsche, Lygia F. Telles.

Resumo

Este trabalho promove uma análise crítica do conto “Verde lagarto amarelo”, de Lygia Fagundes Telles, texto em que será explorado o tema do duplo a partir da filosofia de Friedrich Nietzsche. A rivalidade entre os irmãos Eduardo e Rodolfo será estudada como uma projeção dos conceitos nietzschianos ligados àquilo que o filósofo chama de metafísica de artista, em que as imagens de Apolo e Dioniso simbolizam dois impulsos artísticos opostos, a saber: o sonho e a embriaguez. Nosso objetivo é expor uma concepção de duplo em que a divisão – ou cisão opositiva −, seja entendida como um método de representação de dois ideais artísticos bem distintos, mas que, apesar de opostos, se fazem complementares, distanciando-se da perspectiva dialética com que o tema do duplo tende a ser estudado e como habitualmente se faz representado literariamente.

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Biografia do Autor

Kelio Junior Santana Borges, Universidade Federal de Goiás

Aluno regular do Curso de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Goiás. Mestre em Letras e Linguística pela UFG. Professor de Língua Portuguesa do Instituto Federal de Goiás, Campus Aparecida de Goiânia.

 

Maria Zaira Turchi, Universidade Federal de Goiás
Doutora pelo Centre de Recherches Sur L’Imaginaire, Universidade de Grenoble/França. Professora Titular do PPGLL da Universidade Federal de Goiás.

Referências

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Publicado
2017-12-30
Seção
Artigos - Fluxo contínuo