Ser ou não ser, eis a questão: a qualificação do nome próprio de pessoa em jornais como indicador da divisão política de espaços discursivos em 1930
Resumo
Nesse trabalho buscamos mostrar a partir de relações discursivas que conferem a possibilidade de nomes próprios de pessoas serem definidos a partir de descrições de valores positivos ou negativos, como formações discursivas podem ser mapeadasno jornalismo de 1930. Para alcançar esse objetivo foram coletados excertos dos jornais Folha do Norte e Gazeta do Norte da cidade de Montes Claros-MG que continham definições de valor axiológico relacionadas aos nomes de quatro políticos em voga nessa década. Tal abordagem mostrou que as qualidades atribuídas a cada um dos quatro políticos analisados variava de acordo com o jornal em que seu nome aparecia, fato que indica que os nomes de pessoas significam a partir da formação discursiva em que são enunciados, sendo a característica mais fundamental desse fenômeno o paradoxo.
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