Da Vila Rica histórica à mítica
construção do espaço narrativo em Os sinos da agonia, de Autran Dourado
Resumo
No romance Os sinos da agonia, de Autran Dourado, são narradas, com focalização variada, as jornadas de Januário, Malvina e Gaspar, que formam um triângulo amoroso. Tais personagens, às voltas com questões referentes à morte, refletem o clima de decadência da cidade de Vila Rica nos últimos suspiros da economia aurífera colonial. No desenrolar dessa teia, o narrador toma a postura de desafiador do tempo e parte dos acontecimentos narrados e do pano de fundo histórico para atingir uma dimensão mítica e refletir sobre grandes temas universais. O intuito deste artigo é verificar o modo como o espaço narrativo é construído por esse narrador, compreendendo, justamente, os artifícios por ele usados para conseguir o espaço mítico através do histórico. Para isso, tomaremos como embasamento teórico principal os postulados de Gérard de Génette ([197-]), em Discurso da narrativa e os de Osman Lins (1976), em Lima Barreto e o espaço romanesco.
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