Diversidade linguística no Brasil: a situação das línguas ameríndias

  • Fábio Bonfim Duarte UFMG

Resumo

Este artigo busca fornecer ao leitor um panorama geral sobre a diversidade linguística existente no Brasil e na América do Sul. Conforme pesquisas recentes, 90% das línguas do mundo podem desaparecer até o final deste século. Neste sentido, nota-se a importância de que linguistas e especialistas ligados à área desenvolvam esforços conjuntos para promover ações que ajudem a evitar a extinção de línguas minoritárias. Consoante Legère (2015), estima-se que haja cerca de 6.500 línguas faladas no mundo, sendo que dois terços dessas podem ser extintas ainda neste século. Em relação à América do Sul, pesquisadores estimam que haja cerca de 500 línguas sendo faladas atualmente no continente. Todavia, 420 dessas correm sérios riscos de desaparecer seja em virtude da forte pressão que advém das línguas majoritárias seja em razão de o número de falantes ser muito reduzido. Já em relação ao Brasil, dados indicam que há cerca de 180 línguas nativas faladas em nosso território. Dentre estas, cerca de 45 a 60 línguas pode desaparecer no prazo de quinze anos, visto que muitas possuem número muito reduzido de falantes. Tais observações sinalizam para a importância de que as universidades brasileiras desenvolvam ações concretas no intuito de promover a documentação, a preservação e a revitalização das línguas indígenas brasileiras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fábio Bonfim Duarte, UFMG
Professor Associado II da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq - Nível 2.
Seção
Artigos