A idiossincrasia afetiva da experiência: (re-)investigando o medo de falar inglês através de uma perspectiva vygotskiana
Abstract
O objetivo do presente estudo é analisar como o medo é discursivamente construído em narrativas compartilhadas no contexto de sala de aula. Para tanto, apoio-me no conceito de perezhivanie (VYGOTSKY, 1993) e na distinção proposta pelo autor entre o sentido e o significado das palavras. O arcabouço teórico dessa pesquisa fundamenta-se no entendimento dos afetos como construções sócio-discursivas (BELLI, 2009), que se concretizam sequencialmente quando estruturados em narrativas (HANNINEN, 2003; EDWARDS, 1997). Como ferramenta de análise dos dados, lanço mão do modelo de análise de narrativa desenvolvido por Cohn (1978). A metodologia aqui proposta insere-se no viés da pesquisa qualitativa. Serão analisadas duas narrativas geradas em sala de aula que versam sobre o medo. As análises sugerem que o nível de consonância entre o eu da narrativa e o eu da experiência (COHN, 1978) é constantemente manipulado pelos narradores, visando a atender aos seus interesses sociais vigentes em cada interação.
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