Entre versos de rima e dor: memória, identidade e resistência em “No fundo do canto”, de Odete Semedo

Palavras-chave: Literatura guineense. Odete Semedo. Identidade. Memória. Resistência.

Resumo

O presente artigo examina como a poesia de autoria feminina em língua portuguesa da Guiné-Bissau retrata literariamente os conflitos recentes pelos quais o país tem passado e de que forma tais conflitos literariamente elaborados através da memória têm moldado a identidade guineense em alguns aspectos e convergido para o fortalecimento da resistência no país. Buscamos desvendar como essa narrativa se desenvolve na obra No fundo do canto (2007), de Odete Semedo, uma vez que essa obra poética está balizada em um contexto de conflitos intensos na Guiné-Bissau. A razão para essa escolha é que ao produzir uma obra poética que retrata os momentos conflituosos da pátria-mãe, a autora contribui para a contestação e negociação das identidades no país, relembrando seus pares as agruras de um passado amargo, intragável e inesquecível, de modo a criar uma marca de resistência que impeça esse passado de se transformar numa ameaça futura.

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Publicado
2020-07-23