Nada acontece, algo acontece: Vida ociosa, de Godofredo Rangel
Abstract
O ensaio procura situar e interpretar o romance Vida ociosa, de Godofredo Rangel, no contexto modernista, vinculando tanto no âmbito do texto em si como em horizonte histórico aspectos da linguagem e da ação narrativas, e verificando uma relação necessária entre a arte excessiva no estilo do autor e o enredo precário de acontecimentos na obra. Essa relação acusa a possibilidade de o leitor não só reconhecer no livro uma dimensão crítica, mas compreender seu narrador entediado e conformista, que se define pela insatisfação dupla que articula a estagnação no interior de Minas Gerais e o horror nos centros avançados do mundo.
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