"Mariana" (1871) de Machado de Assis

escravidão e racismo à brasileira

Palavras-chave: Machado de Assis; Escravidão; Racismo; Dialogismo

Resumo

O presente artigo tem como objetivo principal discutir, a partir do conto “Mariana” (1871), como Machado de Assis incorporou elementos históricos na representação da escravidão e do racismo brasileiro em textos ficcionais. É nosso intento demonstrar, partindo do dialogismo e do discurso polifônico (BAKHTIN, 2018) e da crítica realizada por Coutinho (1990), Chalhoub (2020), Rocha (2013), Gledson (2003), Schwarz (2012), nos escritos do autor fluminense, atento às transformações históricas e sociais do Brasil oitocentista, a visão de um mundo escravocrata, ao estilo brasileiro, numa perspectiva crítica do autor.

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Biografia do Autor

Joyce Pereira Vieira, Universidade Federal de Ouro Preto

Mestra em Letras: Estudos da Linguagem, pela Universidade Federal de Ouro Preto (2022). Graduação em Letras - Português e Inglês pela Universidade Presidente Antônio Carlos (2005). Atualmente é professora de Educação Básica (PEB) na Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa e Literatura.

Alexandre Agnolon, Universidade Federal de Ouro Preto

Graduação em Letras com habilitação em Português/Latim (2003) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP); Mestrado (2007) e Doutorado (2013) em Letras Clássicas pela mesma instituição.

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Publicado
2022-08-28