Discurso e biopolítica na promoção da saúde de sujeitos transexuais e travestis

um estudo de cartilha informativa do Ministério da Saúde

  • Francisco Vieira da Silva UFERSA
  • Glênio Rodrigues Ribeiro Neto
Palavras-chave: Discurso; saúde; biopolítica

Resumo

O artigo analisa o funcionamento do discurso e as estratégias biopolíticas na promoção da saúde de sujeitos trans e travestis. Toma como base os estudos discursivos, a partir das teorizações de Michel Foucault. O corpus é formado por quatro séries enunciativas extraídas de uma cartilha informativa produzida pelo Ministério da Saúde (2016). Trata-se de um estudo descritivo-interpretativo de natureza qualitativa. A análise permitiu observar que o discurso que circula nas cartilhas atrela-se a relações de saber e poder e fazem emergir a atuação de um governo sobre a vida de trans e travestis, a partir da promoção da saúde desse corpo populacional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francisco Vieira da Silva, UFERSA

Doutor em Linguística pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Docente da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Campus Avançado em Pau dos Ferros/RN. 

Glênio Rodrigues Ribeiro Neto

Mestre em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Docente da rede particular de ensino da cidade de Caicó-RN.

Referências

AMARAL, Daniela Murta. A psiquiatrização da transexualidade: análise dos efeitos do diagnóstico de transtorno de identidade de gênero nas práticas de saúde. 2007. 129 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social, Rio de Janeiro, 2007.

BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim. Dossiê dos assassinatos e da violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2019. São Paulo: Expressão Popular, Antra, Ibte, 2020.

BENTO, Berenice; PELÚCIO, Larissa. Despatologização do gênero: a politização das identidades abjetas. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 20, n. 2, p. 569-581, ago. 2012.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Resolução nº 1.955, de 3 de setembro de 2010. Dispõe sobre a cirurgia de transgenitalismo e revoga a Resolução CFM nº 1.652, de 2 de dezembro de 2002. Resolução nº 1.955, de 3 de setembro de 2010. Diário Oficial União, Brasília, DF, 3 set. 2010. Disponível em: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2010/1955_2010.htm. Acesso em: 20 ago. 2019.

BRASIL. Gabriela Rocha. Ministério da Saúde. Saúde Trans - Cuidar bem da saúde de cada um. Faz bem para todos. 2016. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/entenda-o-sus/50592-saude-trans-cuidar-bem-da-saude-de-cada-um-faz-bem-para-todos. Acesso em: 17 jul. 2018.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BUTLER, Judith. Vida precária: os poderes do luto e da violência. Trad. Andreas Lieber. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.

ERIBON, Didier. Michel Foucault, 1926-1984. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

FOUCAULT, Michel. Nietzsche, Freud, Marx. São Paulo: Princípio, 1997.

FOUCAULT, Michel. O nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fonte, 2008a.

FOUCAULT, Michel. Aula de 8 de fevereiro de 1978. In: FOUCAULT, Michel. Segurança, território, população: curso dado no Còllege de France (1977-1978). São Paulo: Martins Fontes, 2008b. p. 155-180.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. 2. ed. Trad. Maria Thereza da C. Albuquerque; José Augusto Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017a.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade II: o uso dos prazeres. 2. ed. Trad. Maria Thereza da C. Albuquerque; José Augusto Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017b.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 42. ed. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2018a.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 8. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018b.

PRADO FILHO, Kleber. Estetização da subjetividade: formas contemporâneas de cuidado e produção de si mesmo, Cadernos Discursivos, Catalão, v.2, n. 1, p. 92-103, 2018.

TONELI, Maria Juracy Filgueiras; AMARAL, Marília dos Santos. Sobre travestilidades e políticas públicas: como se produzem os sujeitos da vulnerabilidade. In: NARDI, Henrique Caetano; SILVEIRA, Raquel da Silva; MACHADO, Paula Sandrine (orgs.). Diversidade sexual, relações de gênero e políticas públicas. Porto Alegre: Sulina, 2013. p. 32-48.
Publicado
2020-12-27
Seção
Artigos - Fluxo contínuo