A hiper-ficcionalidade no pensamento de Derrida

  • Maria Continentino
Palavras-chave: Derrida, ficção, desconstrução, filosofia, literatura

Resumo

Ainda que não se encontre um privilégio concedido à arte no pensamento de Derrida, poderíamos falar de uma espécie de hiper-ficcionalidade, de uma generalização do ficcional na desconstrução. A disseminação de uma certa potência ficcional faz deslizar fronteiras bem definidas contaminado discursos supostamente neutros e universais. A contaminação do discurso filosófico, por exemplo, por uma certa ficcionalidade, obriga-o a lidar com uma possível fragilidade em seus fundamentos, ao revelar uma base comum aos discursos artísticos: o fato de serem ambos uma construção. Dessa forma, Derrida questiona a estrutura do “como tal” dos conceitos filosóficos propondo-lhes uma leitura a partir da estrutura do “como se” - que estaria por trás de todo discurso, mas que só seria assumida pelos discursos da arte – fazendo-os falar mais e abrindo-os para uma alteridade radical.

Publicado
2009-12-01
Seção
Artigos