Herbert Marcuse e Georges Bataille em paralelo
a questão das incompatibilidades entre arte (cultura) e mundo do trabalho (civilização)
Resumo
Este artigo tem como objetivo abordar as convergências entre o pensamento de Herbert Marcuse e Georges Bataille no que concerne à temática da tensão entre as esferas da cultura/arte e da civilizaçao/mundo do trabalho. Almeja-se aqui pontuar questoes de como, para ambos os autores, o universo das aspirações anímicas e espirituais do mundo da cultura e da arte se relaciona com o universo da necessidade da manutenção da vida em geral e do bem comum. Para realizar as convergências entre os autores referidos, tomaremos a noção de "cultura afirmativa" e "forma estética" segundo o pensamento de Marcuse, na medida em que ele afirma uma separação e oposição entre dois âmbitos da existência dos homens, o âmbito dos desejos e anseios da alma e o âmbito da manutenção das providências materiais e práticas. Tomaremos, por outro lado, as noções de Georges Bataille acerca das incompatibilidades entre o mundo do trabalho, no qual os homens são legislados por uma lógica da eficácia e da utilidade, e o mundo de uma existência autêntica, soberana e insubordinada, em que o universo artistico è pura expressão, sobretudo o literário.