O VAZIO E O OUTRO DA LINGUAGEM EM RAYMOND ROUSSEL
Abstract
Trata-se de examinar as questões do "Vazio da Linguagem" e do "Outro da Linguagem" assim como configuradas na escritura de Raymond Roussel (1877-1933). Para isso, seguiremos a leitura de Maurice Blanchot apresentada no ensaio - "O problema de Wittgenstein", publicado em A Conversa Infinita, a ausência de livro de 1969. A inadequação entre "as formas e as coisas", na escritura rousseliana, deflagraria um vazio insuspeitado no interior da linguagem. Cisão própria aos regimes de linguagem na modernidade, conforme diagnóstico feito por Michel Foucault em Les mots et les choses, seria a escritura de Roussel responsável por levar tal questão a um nível mais alto de consciência. Por outro lado, esse "núcleo indizível" aberto na estrutura da linguagem literária nos remeteria a uma "outra linguagem" a partir de um movimento infinito incontornável. Experiência singular de desdobramentos e redefinições da linguagem a qual teria grande fortuna crítica na filosotia francesa contemporânea.