Adorno e a nova arte
efemeridade, fragmentação, hibridismo e isolamento social
Resumo
Adorno é comumente tomado como um filósofo da arte nostálgico e pessimista, visto como um amante das grandes obras do passado que decretou soberbamente a morte da arte nunca foi capaz de compreender as novas experiências estéticas da contemporaneidade. Este artigo pretende analisar alguns comentários tecidos por Adorno sobre a nova arte, em particular na Teoria Estética, que claramente parecem contrariar essa visão tão difundida. Serão investigadas quatro características atribuídas por Adorno às novas produções artísticas: sua efemeridade, sua forma fragmentária, seu hibridismo e seu isolamento social. Em suas considerações, Adorno ressalta sempre permanente movimento da arte, seu eterno devir, que não permite que ela seja reduzida a nenhum invariante universal e nem simplesmente eliminada da experiência humana. Espero mostrar ainda que, apesar de alguma desconfiança, Adorno tende a ser simpático à nova arte, enfatizando sempre o seu teor de verdade.