Charles Taylor e o seu diagnóstico das maleitas da modernidade

  • Paulo Fontes Universidade dos Açores e Universidade de Évora
Palavras-chave: autenticidade; reconhecimento; ética; individualismo; identidade; Charles Taylor.

Resumo

Pretendemos convocar aqui a avaliação crítica da cultura moderna ocidental que Charles Taylor realiza, a partir da sua obra a Ética da Autenticidade, ao caracterizar o mal-estar da modernidade pela perda de horizontes de significado, nomeadamente, pela substituição de uma ordem cósmica que sustentava as hierarquias sociais, por um individualismo subjetivista e relativista. Nesse novo enquadramento o sentimento de mal-estar que perscruta a modernidade passa agora a ser compreendido, também, como a primazia da razão instrumental sobre a vida dos indivíduos e pela perda de liberdade sustentada por esse esbater dos horizontes morais. A partir do diagnóstico destas três maleitas Taylor destaca o princípio de vitalidade da modernidade: a autenticidade. O Autor não se detém no debate em torno da modernidade, mas pretende compreender as fontes morais da nossa civilização ocidental, muitas vezes ocultadas nesse debate, de forma a empreendermos "um trabalho de regeneração" dos ideais da modernidade.

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Publicado
2024-11-30
Como Citar
Fontes, P. (2024). Charles Taylor e o seu diagnóstico das maleitas da modernidade. Fundamento, (24), 29-43. Recuperado de https://periodicos.ufop.br/fundamento/article/view/7318
Seção
Artigos