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Caletroscópio é uma publicação do Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos da Linguagem. O seu objetivo é promover e divulgar pesquisas no âmbito da linguagem em geral e, mais especificamente, nas áreas dos estudos linguísticos e literários, em suas interfaces com abordagens da memória cultural, da tradução e das práticas discursivas. Procura, dessa maneira, contribuir para o desenvolvimento de pesquisas com um alcance temático amplo e interdisciplinar, permitindo o diálogo entre a linguagem e as diversas áreas do conhecimento. A sua publicação é semestral, e possui um Conselho Editorial fixo, formado por pesquisadores e docentes de instituições nacionais e estrangeiras, o que lhe assegura um processo de avaliação por parte de especialistas nos diversos temas da revista.

CAPES 2020:

Qualis periódicos - Quadriênio 2017-2020: B1 - área de Letras/Linguística
  • Teatro e tradução em campo expandido

    2025-10-16

    Dentre os desmembramentos de determinados vocábulos canônicos como literatura, teatro, performance, texto, e discurso, vimos surgir a partir deles terminologias em um campo cada vez mais expandido, a saber: “literariedade”, “teatralidade”, “performatividade”, “textualidade”, “discursividade”, entre outros. Tais desmembramentos parecem apontar para o esgarçamento das fronteiras que conectam diferentes áreas no campo da cultura. A ideia do artista e da própria escrita como campo etnográfico direciona a nossa atenção para a tensão entre “o artista como produtor” - apontado por Walter Benjamin (1934), cuja função da obra de arte estaria na sua capacidade de dinamizar a cultura dentro de um determinado contexto social e, inevitavelmente, a partir uma lógica de produção semelhante a da produção de mercadoria -, e o “artista como etnógrafo”, a partir da qual, e segundo Hal Foster (1996), a obra de arte é composta pela tessitura de diferentes culturas, em um permanente jogo de “outridades” e de apropriações. Patrice Pavis, em O teatro no entrecruzamento de culturas, assinala que teatro é um texto que anda, com isso quer dizer que é um texto que não apenas está em movimento através das falas dos atores, mas que caminha por diferentes culturas e línguas, dos iniciais estágios da montagem de uma peça (escolha de tradução, escolhas cênicas de direção, desenvolvimento dos atores, caracterização) até a síntese que incorpora o contexto sócio-cultural da peça apresentada. Terry Hale e Carole-Anne Upton (2014) notam que o teatro, com sua efemeridade e flexibilidade contextual, propiciam, a partir da tradução e performance, uma inerente potência à diversidade. A ambiguidade entre traduzir, adaptar e recriar é inerente ao modo de ser do teatro como ação performática. A própria força do teatro residiria nessa impermanência, na constante abertura à reinvenção. Esperando Godot em Sarajevo de Susan Sontag, Esperando Godot no fim do mundo (montagem Teatro Oficina), Esperando Godot (montagem em Nova Orleans, 2007) são exemplificações do que Barbara Godard (2000, p.33) afirma ao dizer que “O diálogo teatral tem forte afinidade com o discurso de uma sociedade: traduzindo esse diálogo, o tradutor está sujeito a duas restrições, não pelas àquelas de um determinado texto fonte, mas também àquelas das pragmáticas do meio alvo.” De uma tradução clássica que suscite discussão sobre a originalidade do texto posto como “original” e a pertinência da fidelidade, assim como o movimento que o tradutor desencadeia em uma tradução experimental, como a de Anne Carson, ou antropofágica como a do Teatro Oficina, a obra teatral parece incidir sobre a proposta de intraduzibilidade de Barbara Cassin (2018), não como aquilo que não pode ser traduzido, mas como aquilo que constantemente pede tradução. A partir disso, esse dossiê temático convida autores a submeterem artigos/ resenhas/ entrevistas que discutam questões neste entrecruzar de literariedades, teatralidades, performatividades e traduzibilidades no campo dos estudos teatrais.

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  • Chamada para Dossiê Temático

    2025-02-12

    Avanços e Desafios da Educação em Língua Portuguesa: a Sociolinguística na/para além da Sala de Aula

     

    Em 2024, completa 20 anos de publicação no Brasil da obra Educação em Língua Materna: a Sociolinguística na Sala de Aula, de autoria de Stella Maris Bortoni-Ricardo, pela Parábola Editorial. Uma obra seminal e que teve um impacto quase imediato desde a sua publicação no Brasil no início do presente século, tanto no desenho das bases curriculares e na metodologia do ensino da língua portuguesa, como na abordagem de diversas áreas de pesquisa acadêmica, dentre elas, a Sociolinguística (Educacional), a Pedagogia Crítica e a Linguística Aplicada. Sendo assim, o presente dossiê pretende apresentar, discutir e problematizar as seguintes questões que foram apresentadas e discutidas pela sociolinguista Stella Maris Bortoni Ricardo neste livro seminal: i) Como possibilitar aos alunos das classes sociais desfavorecidas o acesso à cultura letrada e, com isso, a chance de lutar pela cidadania com os mesmos instrumentos disponíveis para os falantes já pertencentes às camadas sociais privilegiadas?; ii) Como fazer para que a escola deixe de ser a reprodutora das desigualdades sociais e dos perversos preconceitos que elas suscitam?; iii) Como levar os professores, sobretudo do ensino fundamental e, mais ainda, das séries iniciais, a deixar de acreditar em algo que não existe (o “erro de português”) para, no lugar dessa superstição infundada, passar a contemplar os fenômenos de variação e mudança linguísticas de modo mais consistente e cientificamente embasado?; e iv) Como empoderar o professor de Língua Portuguesa para ensinar de forma produtiva e formar cidadãos brasileiros? Esperamos que os artigos/resenhas/entrevistas que serão submetidos para apreciação/avaliação no nosso dossiê possam oferecer possíveis respostas e/ou implicações teóricas, práticas e/ou metodológicas para a educação e para a formação de educadores/as de língua portuguesa e/ou para além destes lócus, a partir de olhares e/ou perspectivas advindas da Linguística Aplicada, da Sociolinguística (Educacional) e da Pedagogia Crítica.

     

    EDITORES CONVIDADOS:

    Kleber Aparecido da Silva

    Universidade de Brasília, Brasil/CNPq

    Paula Cobucci

    Universidade de Brasília, Brasil

    Joaquim Dolz

    Universidade de Genebra, Suíça

    Veruska Ribeiro Machado

    Instituto Federal de Brasília, Brasil

     

    PRAZOS, NORMAS E INFORMAÇÕES:

    1. Prazo para envio de uma proposta de artigo/resenha/entrevista para os editores convidados: 15 de março de 2025.

    2. Envio de uma proposta contendo título, resumo (entre 200 e 250 palavras) e palavras-chave para kleberunicamp@yahoo.com.br até 15/03/2025.

    3. Resposta aos autores dos textos selecionados: 15 de abril de 2025.

    4. Prazo para a submissão do texto completo no sistema da revista: 30 de junho de 2025.

    5. A submissão dos textos completos para avaliação duplo cega será feita diretamente no sistema da Revista Caletroscópio, seguindo as normas de formatação e de coautoria disponíveis no site. em: https://periodicos.ufop.br/caletroscopio/about/submissions.

    6. Identificar artigos para o dossiê temático adicionando "DOSSIE" ao nome do arquivo.

    7. Publicação: dezembro de 2025.

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