O corpo e o lúdico: caminhos para o rádio informativo criar vínculos com o ouvinte
Resumo
O artigo analisa o noticioso Rádio Livre da Rádio Bandeirantes. Realiza-se a descrição empírica de um programa e o submete a uma base teórica para compreender o jornalismo na interface com a cultura. Considera-se a hipótese de que elementos lúdicos da cultura são expressos pelo jogo e ajudam a criar vínculos entre emissora e ouvinte. A sub-hipótese pondera que o rádio informativo se aproxima do rádio cuja audiência está nas camadas populares. Observa-se a perspectiva de Johan Huizinga para quem o jogo está presente em todas as atividades humanas. Adota-se o conceito de Comunicação Orquestral, de Yves Winkin. Conclui-se que toda comunicação começa e termina no corpo, como defende Harry Pross. A partir de práticas lúdicas como as usadas em emissoras de discurso popular, se reforçam vínculos entre os participantes da comunicação e o rádio.
Referências
BAITELLO JUNIOR, N. O animal que parou os relógios: ensaios sobre comunicação, cultura e mídia. São Paulo: Annablume, 1999.
______. “Corpo e imagem: comunicação, ambientes, vínculos”. In: RODRIGUES, D. (org.). Os valores e as atividades corporais. São Paulo: Summus, 2008. pp. 95-112.
CARDOSO, M. O jornalismo radiofônico e as narrativas vinculadoras: experiências de emissoras paulistanas. 2010. 150 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação). Faculdade Cásper Líbero, São Paulo. 2010. Disponível em: <http://casperlibero.edu.br/mestrado/dissertacoes/o-jornalismo-radiofonico-e-as-narrativas-vinculadoras-experiencias-de-emissoras-paulistanas/>. Acesso em: 20 abr. 2016.
FERRARETTO, L. A. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Dora Luzzatto, 2007.
HUIZINGA, J. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2012.
JENKINS, H.; FORD, S.; GREEN, J. Cultura da conexão: criando valor e significado por meio da mídia propagável. São Paulo: Aleph, 2014.
KUNSCH, D. A. (Org.). “Narrativa jornalística e reconstrução do cosmos”. In: XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2006. Brasília. Anais. Brasília: INTERCOM, 2006. pp.1-14. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R1091-2.pdf>. Acesso em: 2 ago. 2016.
LOPES, M. I. V. O rádio dos pobres: comunicação de massa, ideologia e marginalidade social. São Paulo: Edições Loyola, 1988.
MARCONDES FILHO, C. (org.). Dicionário da comunicação. São Paulo: Paulus, 2009.
MEDITSCH, E. O rádio na era da informação: teoria e técnica do novo radiojornalismo. Florianópolis: Insular, 2001.
MENEZES, J. E.O. CARDOSO, M. Comunicação e cultura do ouvir (orgs.) São Paulo: Plêiade, 2012. Disponível em: <http://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2014/01/Comunica%C3%A7%C3%A3o-e-cultura-do-ouvir.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2016.
MENEZES, J. E. O. “Rádio informativo e ecologia da comunicação: o Jornal da CBN como cenário de vinculação sociocultural”. In: FERRARETTO, L. A.; KLÖCKNER, L. (orgs.). E o rádio? Novos horizontes midiáticos. Porto Alegre: Edipucrs, 2010. pp. 205-220. Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/eoradio.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2016
TRAQUINA, N. Teorias do jornalismo: porque as notícias são como são. v.1. Florianópolis: Insular, 2005.
WINKIN, Y. A nova comunicação: da teoria ao trabalho de campo. Campinas: Papirus, 1998.
Copyright (c) 2017 Marcelo Cardoso
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.