Prorrogado prazo para submissões ao dossiê "Rádio e gênero"

2022-03-21

Radiofonias – Revista de Estudos em Mídia Sonora prorrogou o prazo para submissões à edição 2022.1, que trará o dossiê “Rádio e gênero”. Contribuições serão aceitas até o próximo dia 29 de abril. Também são aceitos artigos livres em fluxo contínuo.

Radiofonias aceita submissões em português, espanhol e inglês, de autoria ou em coautoria com doutores(as). A revista é uma publicação quadrimestral, classificada no novo Qualis (a ser oficializado) como A4 e coeditada pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), pelo Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo (ConJor) e pelo Núcleo de Rádio e TV (NRTV) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com apoio do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).

Também está aberta, até 4 de julho, chamada para a edição 2022.2 – Dossiê “Radiojornalismo e a cobertura eleitoral”. A edição 2022.3 será dedicada a artigos de temas livres.

Confiram as ementas dos dossiês:

Edição 2022.1 – “Rádio e gênero”
Embora representem a maioria da população brasileira, as mulheres são minoria no jornalismo. Segundo dados da Workr, plataforma de comunicação corporativa do portal Comunique-se, 15.654 mulheres estavam empregadas em veículos de comunicação em 2019, o equivalente a 36,98% dos postos de trabalho no mercado de imprensa nacional. No rádio, contudo, a participação feminina era ainda menor: apenas 2.284 mulheres (20,5% do total) trabalhavam em funções jornalísticas, como repórter, apresentadora e diretora de redação, contra 11.182 homens. Essa é uma amostra da profunda desigualdade de gênero que historicamente caracteriza o rádio no Brasil, onde prevalece a voz masculina.
Este cenário começa a ser alterado nos anos 1970, a partir de iniciativas pioneiras como a Rádio Mulher (SP), e mais recentemente de mudanças na gestão de emissoras públicas e privadas, cada vez mais atentas às discussões em torno de equidade de gênero. Mas, ainda hoje, prevalecem na maioria dos casos rotinas produtivas marcadas por práticas machistas e misóginas, não raro com situações explícitas de assédio moral e sexual. Um ambiente permeado por uma masculinidade tóxica, em que a voz das mulheres e de pessoas de sexualidade não binária ainda se faz ouvir pouco, muitas vezes reiterando estereótipos.
Entendendo que a diversidade de gêneros é chave para um rádio representativo e plural, comprometido com a equidade, a Radiofonias – Revista de Estudos em Mídia Sonora lança o dossiê “Rádio e gênero”, no qual incentiva submissões que proponham reflexões teóricas, estudos de caso e/ou decorram de projetos de pesquisa envolvendo questões como:
• Representações de gêneros no rádio;
• Machismo, misoginia e homofobia na radiodifusão sonora;
• Quem fala no rádio: credibilidade e locução;
• Desbravadorxs: história e memória de pessoas pioneiras que conseguiram fazer com que vozes femininas ou LGBTQIA+ fossem escutadas na radiofonia;
• Políticas públicas e experiências de gestão em busca da equidade de gênero na radiofonia.
Prazo para submissões: 29 de abril de 2022

Edição 2022.2 – Dossiê “Radiojornalismo e a cobertura eleitoral”

Apontado em diversas pesquisas como o meio de comunicação de maior credibilidade, o rádio vem enfrentando dificuldades para preservar seu capital simbólico num cenário de fragilidade econômica e crescente radicalização política. Emissoras tradicionais se articulam com interesses partidários locais, regionais e nacionais, comprometendo o equilíbrio da cobertura jornalística em favor de uns candidatos, em detrimento de outros. Num contexto de ampla circulação de campanhas de desinformação, que caracterizaram as últimas eleições no Brasil e em nível internacional, o debate sobre grandes temas da sociedade acaba sendo ofuscado, quando não interditado.

O rádio AM/FM encara ainda a concorrência de novos atores no mercado de áudio informativo, com a ascensão de podcasts independentes, de caráter noticioso e/ou de entrevistas, que disputam a atenção da audiência. Sem falar em todo um ecossistema de áudio absolutamente opaco, que abrange grupos de aplicativos de mensagens instantâneas, como WhatsApp e Telegram, por onde circulam tanto conteúdos radiofônicos quanto híbridos, editados como parte de estratégias de campanha – em geral, uma guerra suja, em que mentiras são lançadas contra adversários políticos.

A poucos meses do início do período eleitoral no Brasil, pesquisadores se mobilizam em torno de investigações coletivas, como as desenvolvidas pela Rede de Pesquisa em Radiojornalismo (RadioJor), vinculada à Associação Brasileira dos Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), para monitorar a cobertura eleitoral oferecida pelo rádio, entendido como serviço público de radiodifusão.

Nesse contexto desafiador, a Radiofonias – Revista de Estudos em Mídia Sonora lança o dossiê “Radiojornalismo e a cobertura eleitoral”, incentivando submissões que proponham reflexões, estudos de caso e/ou decorram de projetos de pesquisa envolvendo questões como:

  • Conceito e medições de qualidade no radiojornalismo;
  • Equilíbrio na cobertura radiofônica sobre política;
  • A desinformação como modelo de negócios;
  • Rádio, política e linha editorial – constrangimentos organizacionais;
  • As fontes de informação no radiojornalismo em período eleitoral;
  • Novos atores no jornalismo em áudio – o papel eleitoral do podcasting, do streaming e dos aplicativos de mensagem instantânea na circulação de noticiário e comentários políticos;
  • Novos hábitos de escuta – condições para apropriação do noticiário político em mídia sonora pela audiência no contexto do rádio expandido e hipermidiático.

Prazo para submissões: 4 de julho de 2022