“Murió cuando escuchó el gol de la derrota”: los “ludens narrativos” del lenguaje radiofónico
Resumen
Desde el proceso de popularización de la radio, la narración deportiva se ha convertido en uno de los pilares de este vehículo. La unión de los sonidos presentes en los estadios con los recursos sonoros de los locutores y los elementos técnicos que aporta la radiofonía crean una atmósfera de sentidos que integra al oyente en la narrativa. En este artículo presento una propuesta para analizar las narrativas elaboradas a partir de los sonidos deportivos que vengo definiendo como “narrative ludens”. A partir de la narración de Rádio Nacional de la final del Mundial de 1950 y sus metadiscursos en tres diarios nacionales (O Globo, Folha da Manhã y A Noite), señalaré cómo la narración (RICOUER, 2010), el juego (HUIZINGA, 1972) y los imaginarios (DURAND, 1997), que componen este “ludens narrativo”, construyen un ambiente que invita al oyente a “jugar el juego”, incidiendo directamente en sus sentimientos y provocando reacciones extremas.
Citas
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. Editora Companhia das Letras, 2008.
ARHEIM, Rudolf. O diferencial da cegueira:estar além dos limites dos corpos. In: MEDITSCH, Eduardo (Org.). Teorias do rádio: textos e contextos. Florianópolis: Insular, 2005.
BACZKO, Bronislaw. A imaginação social. In: LEACH, Edmund et al. Anthropos-Homem. Lisboa, Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985.
BALSEBRE, Armand. A linguagem radiofônica. In: MEDITSCH, Eduardo (Org.). Teorias do rádio: textos e contextos. Florianópolis: Insular, 2005.
BARBOSA, Marialva. O filósofo do sentido e a comunicação. Conexão-Comunicação e Cultura, v. 5, n. 09, 2006.
BARTHES, Roland. A escrita e o acontecimento. In: MEDITSCH, Eduardo; ZUCULOTO, Valci (Org.). Teorias do rádio: textos e contextos. Vol. 2. Florianópolis: Insular, 2008.
BATESON, Gregory. Mente e natureza: a unidade necessária. Francisco Alves, 1986.
_______. Uma teoria sobre brincadeira e fantasia. Sociolingüística interacional, v. 2, p. 85-105, 2002.
BOLTER, Jay David; GRUSIN, Richard; Remediation: Understanding new media. mit Press, 1999.
BRINATI, Francisco. Maracanazo e Mineiratzen. Imprensa e Representação da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1950 e 2014. Curitiba: Prismas, 2016.
CALABRE, Lia. A era do rádio. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2002.
CAILLOIS, Roger. Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. Petrópolis: Vozes, 2017.
CASTORIADIS, Cornelius. The imaginary institution of society. Mit Press, 1997.
DA SILVA, Juremir Machado. As tecnologias do imaginário. Editora Sulina, 2012.
DEL BIANCO, Nelia R. As transformações técnicas na produção do radiojornalismo e os valores notícia. In: M OREIRA, Sonia Virgínia (org.). 70 anos de radiojornalismo no Brasil, 1941-2011. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011.
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. Lisboa: Ed. Presença, 1997.
FIDLER, Roger. Mediamorphosis: Understanding new media. Pine Forge Press, 1997.
FRANÇA, Vera. O acontecimento e a mídia. Galáxia. Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica. ISSN 1982-2553, n. 24, 2012.
FRANCISCATO, Carlos Eduardo. A fabricação do presente: como o jornalismo reformulou a experiência do tempo nas sociedades ocidentais. Universidade Federal de Sergipe, 2005.
Folha da Manhã, São Paulo, 24 jun – 23 jul, 1950.
GASTALDO, Édison. Pátria, chuteiras e propaganda: o brasileiro na publicidade da Copa do Mundo. Annablume, 2002.
GASTALDO, Édison; GUEDES, Simoni Lahud. Nações em campo: Copa do Mundo e identidade nacional. Niterói: intertexto, 2006.
GUEDES, Simoni Lahud. Futebol e identidade nacional: reflexões sobre o Brasil. In: DEL PRIORE, Mary e MELO, Victor Andrade de. (Orgs.) História do Esporte no Brasil: do império aos dias atuais. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
______. O Brasil no campo de futebol: estudos antropológicos sobre os significados do futebol brasileiro. Editora Da Universidade Federal Fluminense, 1998.
GUERRA, Márcio. Rádio x TV: o jogo da narração. A Imaginação entra em campo e seduz o torcedor. Juiz de Fora: Juizforana Gráfica e Editora, 2012.
GUERRA, Márcio e RANGEL, Patrícia. O Rádio e as Copas do Mundo. Juiz de Fora: Juizforana, 2012.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, Stimmung: sobre um potencial oculto da literatura. Contraponto, 2014.
______. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Contraponto; PucRio, 2010.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguês. RJ: Tempo Brasileiro, 1984.
HELAL, Ronaldo; AMARO, Fausto (Orgs.). Esporte e mídia: novas perspectivas – a influência da obra de Hans Ulrich Gumbrecht. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2015.
HELAL, Ronaldo, SOARES, Antonio Jorge e LOVISOLO, Hugo. A invenção do país do futebol: mídia, raça e idolatria. Rio de Janeiro: Mauad, 2001.
______. Futebol, Jornalismo e Ciências Sociais: interações. Rio de Janeiro, EDUERJ, 2011.
HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. Editora da Universidade de S. Paulo, Editora Perspectiva, 1971.
KISCHINHEVSKY, M.; VIEIRA, I. M. ; SANTOS, J. G. B. ; CHAGAS, V. ; FREITAS, M. A. ; ALDÉ, A. . WhatsApp audios and the remediation of radio: Disinformation in Brazilian 2018 presidential election. The Radio Journal: International Studies in Broadcast and Audio Media, v. 18, p. 139-158, 2020.
LE GOFF, Jacques. L’Imaginaire medieval. Paris: Gallimard, 1985.
LEGROS, Patrick (et al.). Sociologia do Imaginário. Porto Alegre: Sulina, 2014.
LOPEZ, Débora Cristina. Radiojornalismo hipermidiático – tendências e perspectivas do jornalismo de rádio all news brasileiro em um contexto de convergência tecnológica. Covilhã: Livros LabCom, 2010.
MEDITSCH, Eduardo. O rádio na era da informação – Teoria e técnica do novo radiojornalismo. Florianópolis: Insular/Ed. da UFSC, 2001.
MELO, Victor Andrade de. et al. Pesquisa Histórica e história do esporte. Rio de Janeiro: 7 letras, 2013.
MEYROWITZ, Joshua. No sense of place: The impact of electronic media on social behavior. Oxford University Press, 1986.
MOREIRA, Sónia Virgínia. Rádio Palanque: fazendo política no ar. Mil Palavras, 1998.
MOSTARO, Filipe Fernandes Ribeiro. Imprensa e o futebol-arte: as narrativas da “nossa essência futebolística”. Curitiba: Editora Prismas, 2017.
MOSTARO, Filipe Fernandes Ribeiro; BRINATI, Francisco Angelo. Em busca do ouro: narrativas d’O Globo sobre a performance do futebol brasileiro nas Olimpíadas. Esporte e Sociedade, v. 11, p. 1-29, 2017.
______. Maracanã como mídia urbana: as narrativas jornalísticas, apropriações e interações no torcer no “maior do mundo”. RUA (UNICAMP), v. 24, p. 211-236, 2018.
MOSTARO, Filipe e HELAL, Ronaldo. Foot-ball Mulato e o imaginário nacional: a atmosfera de sentidos da Copa de 1938. ALCEU (ONLINE), v. 19, p. 16-35, 2018.
MOSTARO, Filipe; KISCHINHEVSKY, Marcelo. Narrativas sobre as primeiras transmissões de jogos internacionais da seleção brasileira. Revista LIS - Letra, Imagen, Sonido, Buenos Aires, v. 15, p. 147-165, 2016.
MOTTA, Luiz Gonzaga. Análise Crítica da Narrativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2013.
______. Enquadramentos lúdico-dramáticos no jornalismo: mapas culturais para organizar narrativamente os conflitos políticos. In: BIROLI, Flávia; MIGUEL, Luis Felipe (Orgs.). Mídia, Representação e democracia. São Paulo: Hucitec, 2010.
O Globo, Rio de Janeiro, 24 jun – 23 jul, 1950.
ORTRIWANO, Gisela Swetlana. Radiojornalismo no Brasil: fragmentos de história. Revista USP, n. 56, p. 66-85, 2002.
PERDIGÃO, Paulo. Anatomia de uma derrota. Rio de Janeiro: L & PM Editores, 1986.
RETONDAR, Jeferson José Moebus. Teoria do jogo: a dimensão lúdica da existência humana. 2ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2013.
RICOEUR, Paul. Hermenêutica e ideologias. Petrópolis (RJ): Vozes, 2011.
______. Tempo e Narrativa. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.
______. Teoria da interpretação. Lisboa: Edições 70, 2000.
SARMENTO, Carlos Eduardo Barbosa. A construção da nação canarinho: uma história institucional da seleção brasileira de futebol, 1914-1970. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013.
SAROLDI, Luiz Carlos; MOREIRA, Sonia Virgínia. Rádio Nacional, o Brasil em sintonia. Zahar, 2005.
SCHAFER, R. Murray. Afinação do mundo. São Paulo: Ed. Unesp, 2001.
SEVCENKO, Nicolau. Futebol, Metrópoles e Desatinos, Dossiê Futebol, Revista USP. num. 22, jun/ago de 1994.
SILVA, Marcelino Rodrigues da. Cidade Esportiva/ Cidade das letras. In: CAMPOS, Flávio e ALFONSI, Daniela. Futebol Objeto das ciências humanas. São Paulo: Leya, 2014.
SIMMEL, Georg. A natureza sociológica do conflito. Simmel. São Paulo: Ática, 1983. P. 122-134.
SINGER, Ben. Modernidade, hiperestímulo e o início do sensacionalismo popular. O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac & Naify, p. 95-123, 2004.
SOARES, Edileuza. A bola no ar: o rádio esportivo em São Paulo. Summus Editorial, 1994.
SOUZA, Denaldo Alchorne. O Brasil entra em campo! Construções e reconstruções da identidade nacional (1930-1947). São Paulo: Anablume, 2008.
TAVARES, Reynaldo C. Histórias que o rádio não contou. São Paulo: Harbra, 1999.