Estudo de caso sobre as emissoras estatais de rádio brasileiras

Palavras-chave: Radiodifusão Pública, Rádio Estatal, História do Rádio Brasileiro, Economia Política da Comunicação, Políticas Públicas de Comunicação

Resumo

O serviço público de radiodifusão é uma proposta aliada ao compromisso e dever do Estado de ampliar o alcance da informação democraticamente na sociedade. Tendo em vista a territorialidade neoliberal que perpassa as relações de poder e cerca o contexto do atual bloco histórico, e com base no eixo teórico-metodológico da Economia Política da Comunicação, buscou-se compreender como as rádios brasileiras estaduais vinculadas aos poderes executivos regionais se filiam (ou não) ao conceito da radiodifusão de serviço público. O trabalho foi realizado a partir de um estudo de casos múltiplo envolvendo as emissoras regionais e nacional em face aos parâmetros da radiodifusão pública americana, britânica e canadense. Por fim foi verificado que há um grau elevado de dependência das emissoras locais em relação aos governos estaduais.

Biografia do Autor

Ivana De Mingo, UFES

Mestre em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). É formada em Comunicação, habilitação em Jornalismo, e especialista em Gestão em Assessoria de Comunicação pelas Faculdades Integradas Espírito Santenses (FAESA). Co-autora do livro Nas ondas do rádio, o Espírito Santo em sintonia - Rádio Espírito Santo 70 anos no ar, publicado pelo DIO/ES.

 

Edgard Rebouças, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidade da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), é doutor em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, com estágio de pesquisa na Université du Québec à Montréal. É mestre em Sciences de l'Information et de la Communication pela Université Grenoble 3. Coordena o Observatório da Mídia: Direitos Humanos, Políticas, Sistemas e Transparência e é membro do Conselho Estadual de Ética Pública do Estado do Espírito Santo.

 

Referências

BOLAÑO, César Ricardo Siqueira. O modelo brasileiro de regulação do audiovisual, Revista Comunicação e Espaço Público, a. 4, v. 1, n. 1, p.71-94, 2001.

BOLAÑO, César Ricardo Siqueira. Campo aberto: para a crítica da epistemologia da comunicação. E-book. Sergipe: Edise, 2016

BRIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma história social da mídia: de Gutemberg à Internet.2. ed. Tradução: Maria Carmelita Pádua Dias. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

BUCCI, Eugênio; CHIARETTI, Marco; FIORINI, Ana Maria. Indicadores de qualidade nas emissoras públicas –uma avaliação contemporânea. Série Debates CI nº10. Brasil: Representação da UNESCO, Jun 2012CANADÁ. Telecommunications Commission Act of 1985. Documento Eletrônico. Disponível em https://laws.justice.gc.ca/eng/acts/C-22/acesso em 20 jun. 2021

COCHRAN, Barbara.Rethinking Public Media:More Local, More Inclusive, More Interactive. The Aspen Institute Comunications and Society Program , Washington, DC, 2010

COELHO, Patrícia. Os Pioneiros do rádio e os desafios da regulamentação da radiodifusão no Brasil dos anos 1920. Revista Brasileira de História da Mídia (RBHM)-v.3, n.1, jan/jun. 2014. p. 23-33. Disponível em https://www.unicentro.br/rbhm/ed05/dossie/02.pdfAcesso em 22 de abril de 2021.

COMISSÃO DOS EMPREGADOS DA EBC. Dossiê: Censura e Governismo na Empresa Brasil de Comunicação. Portal Em Defesa da EBC, Brasília, DF, 2018. Disponível em: https://emdefesadaebc.wordpress.com/2018/08/28/trabalhadores-denunciam-mais-de-60-casos-de-censura-e-governismo-na-ebc/. Acesso em 21 abr 2021

CRUVINEL, Tereza. Como surgiu a Empresa Brasil de Comunicação. In: PAULINO, Fernando Oliveira; SILVA, Luiz Martins da (Org.). Comunicação Pública em debate: ouvidoria e rádio. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2013. p. 27-39

DEL BIANCO, Nélia R.; SANTOS, Luís António.Serviço público de média e participaçãoComunicação e Sociedade, vol. 30, 2016.p. 7 –11

DEL BIANCO, Nelia R.; CURADO, Camila Cristina. O Conceito de Radiodifusão Pública na visão de pesquisadores brasileiros.Anais XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação,Foz do Iguaçu, PR, 2014

DEL BIANCO, Nélia R.; ESCH, C. E.; MOREIRA, S. V. Radiodifusão pública: um desafio conceitual na América Latina.Revista FSA, Teresina, v10, n4, art4, p. 67-86, Out./Dez. 2013

ELSTEIN, David. The Political Structure of UK Broadcasting 1949-1999. Lüneburg: Meson Press, 2015.

FEDERICO, Maria Elvira Bonavita. História da Comunicação Rádio e TV no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1982.

FERRARETTO, Luiz Artur. De 1919 a 1923, os primeiros momentos do rádio no Brasil. Anais do GP Rádio e Midia Sonora -XXXV Intercom. Fortaleza, CE, set. 2012.

FERRARETTO, Luiz Artur. O rádio antes do rádio: O Brasil como mercado para a indústria eletroeletrônica (1910-1920). Conexão –Comunicação e Cultura, UCS, Caxias do Sul –v. 17, n. 33, jan./jun. 2018. p. 145-164

FRENTE EM DEFESA DA EBC. Ouvidoria Cidadã da EBC.Portal Frente em Defesa da EBC. Brasília, DF, dez. 2020. Disponível em https://emdefesadaebc.files.wordpress.com/2020/12/ouvidoria.cidada.ebc_.16.12.2020-.pdf. Acesso em 21 abr. 2021

GOVERNO FEDERAL. Plano nacional de desestatização inclui Eletrobras, Correios e EBC. Portal de notícias do Palácio do Planalto. Brasília, DF. 16 mar. 2021. Disponível em https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2021/03/plano-nacional-de-desestatizacao-inclui-eletrobras-correios-e-ebc. Acesso em 21 abr 2021

HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização, do “fim dos territórios” à multiterritorialização. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

HARVEY, David. A arte da renda: a globalização e transformação da cultura em commodities. In: ________. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005. (p 219-239)

JAMBEIRO, Othon. A TV no Brasil do século XX. Salvador: Edufba, 2001

LEAL FILHO, L; REBOUÇAS, E. O controle social na televisão: os casos da campanha “Quem financia a baixaria é contra a cidadania”, no Brasil, e dos advocacy groups, nos Estados Unidos.II Colóquio Brasil Estados Unidos em Ciências da Comunicação. Intercom, Rio de Janeiro, 2005.

LEAL FILHO, Laurindo Lalo. AMelhor Tv do Mundo-O Modelo Britânico deTelevisão.São Paulo: Summus Editorial, 1997LIMA, Venício A. de. Governo brasileiro caiu em armadilha e desperdiçou oportunidade histórica. In: BIANCHI, Felipe (org.). Mídia e democracia nas Américas. São Paulo: Barão de Itararé, 2016.

MCCHESNEY, Robert W. The global restructuring of media ownership. In: RABOY, Marc. Global Media Policy in the new Millennium. Luton, UK: University of Luton Press, 2002. p. 149-162

MENDEL, Toby. Serviço público de radiodifusão: um estudo de direito comparado Brasilia: UNESCO, 2011

MENDEL, Toby; SOLOMON, Eve. O ambienteregulatório para a radiodifusão: uma pesquisa de melhores práticas para os atores-chave brasileiros. Série Debates CI nº7. Brasil: UNESCO, 2011

MIÈGE, Bernard.As indústrias culturais e mediáticas:uma abordagem sócio-econômica.MATRIZes, [S.l.], v. 1, n. 1, p. 41-54, 2007.

MORAES,Dênisde.HegemoniaCultural,ComunicaçãoePoder:notassobreacontribuiçãogramsciana.In:BRITTOS,ValérioCruz(org),EconomiaPolíticadaComunicação,RioGrandedoSul:Unisinos2008.p.17-28.

MOSCO, Vincent. The Political Economy of Communication. 2nd Ed. London: SAGE, 2009

MURDOCK, Graham. Transformações continentais: capitalismo, comunicação e mudança na Europa. In: SOUSA, Helena (org.). Comunicação, Economia e Poder.Portugal: Porto, 2006.

PAULINO, Fernando; OLIVEIRA, Madalena; FARIA, Jairo. Ombudsman e observatórios de média: proximidades e diversidades. Revista Internacional de Comunicación y Desarrollo, nº 6. 2017. p. 69-81.

PIERANTI, Octavio Penna. A radiodifusão pública resiste: A busca por independência no Brasil e no Leste Europeu. Brasília: FAC-UnB, 2018.

RABOY, Marc Marconi: the man who networked the worldNew York: Oxford University Press, 2016

RAFFESTIN, Claude. O território e o poder. In: ________. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993. (p. 143-217)

REBOUÇAS, Edgard.Lobbying Groups in Communications and Media Policies in Brazil.In:KHAJEHEIAN, Datis; FRIEDRICHSEN, Mike; MÖDINGER, Wilfried(Eds). Competitiveness in Emerging Markets: Market Dynamics in the Age of Disruptive Technologies. Cham(Swi): Springer, 2018, p. 175-186.

REBOUÇAS, Edgard.Os Atores Sociais do Lobby nas Políticas de Radiodifusão no Brasil. In: BEZZON, Lara Andréa Crivelaro (org). Comunicação Política e Sociedade. Campinas, SP: Editora Alínea, 2005.

REBOUÇAS, Edgard; MARTINS, Mariana. Evolução da regulação da mídia eletrônica no Brasil.Revista Estudos em Comunicação. Braga, n.2, p. 357-369, Dez.2007.

SCHILLER, Herbert I. O império norte-americano das comunicações. Trad. Tereza Lucia Halliday. Petrópolis: Vozes, 1976

UK PARLIAMENT. TV licence fee statistics. Jan. 2021. House of Commons Library, UK. Documento Eletrônico. Disponível em: https://researchbriefings.files.parliament.uk/documents/CBP-8101/CBP-8101.pdf. Acesso em: 10 jun. 2021.

UK PARLIAMENT. Communications Act. 2003.Documento Eletrônico. Disponível em https://www.legislation.gov.uk/ukpga/2003/21/contentsAcesso em 10 jun 2021

UNESCO. Public Broadcasting. Why? How?. 2001. Disponível em http://www.unesco.org/new/en/communication-and-information/resources/publications-and-communication-materials/publications/full-list/public-broadcasting-why-how/Acesso em 5 fev 2020.YIN, Robert K. Estudo de caso: Planejamento e métodos. Trad. Daniel Grassi. –2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001

ZUCULOTO, Valci Regina Mousquer. A programação de rádios públicas brasileiras. Florianópolis: Insular, 2012.

Publicado
2022-01-14
Como Citar
De Mingo, I., & Rebouças, E. (2022). Estudo de caso sobre as emissoras estatais de rádio brasileiras. Radiofonias – Revista De Estudos Em Mídia Sonora , 12(3), 113-147. Recuperado de https://periodicos.ufop.br/radiofonias/article/view/5121
Seção
Artigos