Fantasmagorias e fantasmas em dois romances de Rui Mourão: Boca de Chafariz e Os demônios descem o morro.

  • Ruth Silviano Brandão UFMG
Palavras-chave: Rui Mourão, romance, memória cultural, história, século XVIII

Resumo

Este artigo analisa dois romances de Rui Mourão, Boca de chafariz e Os demônios descem o morro, com uma base teórica de Walter Benjamin, através de seus conceitos sobre a história, a melancolia, o barroco mineiro, a fantasmagoria. Além de Benjamin, recorremos a algumas ideias pontuais de Luciano de Samósata sobre como escrever história, principalmente sua relação com a verdade e a ficção. Os conceitos dos dois autores teóricos, Benjamin e Luciano, tangenciam-se em alguns pontos e, segundo nosso ponto de vista, favorecem um diálogo, tanto no plano ficcional, como com o histórico, através de figuras de outros séculos, presentes como fantasmas, que também dialogam com nosso presente, tornando os romances polissêmicos, pelo jogo de vozes. O método de leitura é comparativo, já que se articulam valores de duas culturas, vários autores, apresentando revisões da história, sob o olhar contemporâneo.

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Biografia do Autor

Ruth Silviano Brandão, UFMG

Professora aposentada da Faculdade de Letras da UFMG

Doutora em Literatura Comparada

Pós-Doutorado em Literatura comparada na Universidade de Paris8

Referências

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Publicado
2015-12-24
Seção
Artigos