Tradução, história e ideologia no romance Mapocho, de Nona Fernández

Palavras-chave: Tradução, Ideologia, História e ficção, Nona Fernández

Resumo

Este ensaio problematiza a tarefa tradutória de um trecho do romance Mapocho (2002), de Nona Fernández, articulando história, ficção e verdade. Parte-se do pressuposto de que, além dos desafios relacionados ao léxico, a valores semânticos e sintáticos, é essencial explorar componentes ideológicos, considerando que o romance se apresenta como releitura da história, e propõe uma nova interpretação do registro oficial. Assinala-se que o posicionamento ético integra o exercício da tradução, refletindo a complexidade humana, na perspectiva de que os usos da linguagem são resultado de saberes e valores forjados em experiências privadas e sociais, hierárquicas, institucionais e de poder. A discussão toma como referência as formulações de Benjamin (2008), Gagnebin (1998; 2013) e Sarlo (2007), entre outros. Infere-se que a tradução deve oferecer ao leitor ferramentas para interpretar o real que o original quer transmitir, sem interferências que transformem sobremaneira o texto-fonte.

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Publicado
2024-07-24