A benzeção e suas vozes
Abstract
Resumo: Abordando áreas do conhecimento, tais como a Antropologia e a Sociologia, esta pesquisa perpassa por caminhos da cultura, da religiosidade e da medicina popular, na tentativa de compreender a origem, formação e permanência da prática da benzeção. Nesse sentido, o estudo das manifestações da linguagem está intimamente ligado aos fenômenos sociais, históricos e culturais. O nosso objeto de estudo, as benzeções, tem a oralidade como carro-chefe para o repasse de saberes e, em se tratando da língua falada, que está em constante movimento, foi possível constatar o importante papel que a linguagem exerce enquanto prática sociocultural. Considerando os elementos paralinguísticos e o silenciamento presentes na prática da benzeção, propomos compreender as rezas populares de cura, levando-se em conta a tradição oral e o rito no processo de interação social. Para tanto, foram utilizados principalmente os pressupostos da teoria da Sociolinguística Interacional, de John Gumperz e Erving Goffman, que atenta para a fala e o contexto no qual as interações são produzidas, de modo a considerar os variados aspectos da fala, do diálogo (benzedeira e Deus / benzedeira e consulente) que se estabelece nessa interação, ou seja, no ato da benzeção, destacando a linguagem como uma prática social. Palavras-chave: Benzeção. Oralidade. Cultura popular. Sociolinguística interacional.Downloads
Download data is not yet available.
References
BAHKTIN, Mikhail. A estética da criação verbal, 2ª ed., São Paulo, Martins Fontes, 1997.
CHARTIER, Roger. Cultura Popular: revisitando um conceito historiográfico. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 8, nº 16, p. 179-192, 1995.
DALLAGNOL, André Halloys; DE LIMA, Rafaela Pontes; MIOTTI, Kaio. Saberes tradicionais de cura fortalecem a identidade das Benzedeiras. Jornada da Agroecologia do Paraná. Página do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), 2015. Disponível em: http://www.mst.org.br/2015/06/23/saberes-tradicionais-de-cura-fortalecem-a-identidade-das-benzedeiras.html. Acesso em 20/06/2016.
DEL PRIORE, Mary. Magia e medicina na Colônia: o corpo feminino. In: Del Priore, Mary; Bassanezi, Carla. História das mulheres no Brasil. São Paulo, Contexto, p.78-114, 2001. DIAS, Letícia Grala. O Poder da e na voz delas: benzedeiras da ilha de Florianópolis/ SC, 2013,153 f., (Dissertação de Mestrado em Antropologia Social), Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. DURKHEIM, Emile, As formas elementares da vida religiosa: O sistema totêmico na Austrália, 3ª ed., São Paulo, Martins Fontes, 2003.
223
GOFFMAN, E. Footing. In: RIBEIRO, Branca Telles; GARCEZ, Pedro M. (orgs), Sociolinguística Interacional, São Paulo, Edições Loyola, cap. 5, 2002.
GOMES, Núbia Pereira de Magalhães; PEREIRA, Edmilson de Almeida. Assim se benze em Minas Gerais. Juiz de Fora, EDUFJ/Mazza Edições, 1989.
LÉVI-STRAUSS, C., Antropologia estrutural, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1975.
MARCUSCHI, L. A., Análise da conversação, São Paulo, Ática, 2003.
NASCIMENTO, Rita F. A., A benzeção juazeirense: o sentido da doença num revelar mágico-religioso de cura. Reunião brasileira de antropologia, Anais, Natal/RN, 2014, 157 f. Disponível em: http://www.29rba.abant.org.br/resources/anais/1/1401722381_ARQUIVO_TRABALHOCOMPLETO.RBA.pdf Acesso em 04/2017.
RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M. (orgs.), Sociolinguística Interacional, Porto Alegre, AGE, 1998.
RODRIGUES-JÚNIOR, Adail S. Estratégias discursivas de um pai-de-santo umbandista em possessão, 2002, 173 f., (Dissertação de Mestrado em Estudos Linguísticos), Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
SOUZA, Laura de Mello e, O diabo e a Terra de Santa Cruz: Feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colonial, São Paulo, Companhia das Letras, 1986.
TANNEM, D.; WALLAT, C. Enquadres interativos e esquemas de conhecimento em interação; Exemplos de um exame/consulta médica. In: RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M., Sociolinguística Interacional, 2ª ed., São Paulo, Edições Loyola, p. 183-214, 2002.
CHARTIER, Roger. Cultura Popular: revisitando um conceito historiográfico. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 8, nº 16, p. 179-192, 1995.
DALLAGNOL, André Halloys; DE LIMA, Rafaela Pontes; MIOTTI, Kaio. Saberes tradicionais de cura fortalecem a identidade das Benzedeiras. Jornada da Agroecologia do Paraná. Página do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), 2015. Disponível em: http://www.mst.org.br/2015/06/23/saberes-tradicionais-de-cura-fortalecem-a-identidade-das-benzedeiras.html. Acesso em 20/06/2016.
DEL PRIORE, Mary. Magia e medicina na Colônia: o corpo feminino. In: Del Priore, Mary; Bassanezi, Carla. História das mulheres no Brasil. São Paulo, Contexto, p.78-114, 2001. DIAS, Letícia Grala. O Poder da e na voz delas: benzedeiras da ilha de Florianópolis/ SC, 2013,153 f., (Dissertação de Mestrado em Antropologia Social), Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. DURKHEIM, Emile, As formas elementares da vida religiosa: O sistema totêmico na Austrália, 3ª ed., São Paulo, Martins Fontes, 2003.
223
GOFFMAN, E. Footing. In: RIBEIRO, Branca Telles; GARCEZ, Pedro M. (orgs), Sociolinguística Interacional, São Paulo, Edições Loyola, cap. 5, 2002.
GOMES, Núbia Pereira de Magalhães; PEREIRA, Edmilson de Almeida. Assim se benze em Minas Gerais. Juiz de Fora, EDUFJ/Mazza Edições, 1989.
LÉVI-STRAUSS, C., Antropologia estrutural, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1975.
MARCUSCHI, L. A., Análise da conversação, São Paulo, Ática, 2003.
NASCIMENTO, Rita F. A., A benzeção juazeirense: o sentido da doença num revelar mágico-religioso de cura. Reunião brasileira de antropologia, Anais, Natal/RN, 2014, 157 f. Disponível em: http://www.29rba.abant.org.br/resources/anais/1/1401722381_ARQUIVO_TRABALHOCOMPLETO.RBA.pdf Acesso em 04/2017.
RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M. (orgs.), Sociolinguística Interacional, Porto Alegre, AGE, 1998.
RODRIGUES-JÚNIOR, Adail S. Estratégias discursivas de um pai-de-santo umbandista em possessão, 2002, 173 f., (Dissertação de Mestrado em Estudos Linguísticos), Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
SOUZA, Laura de Mello e, O diabo e a Terra de Santa Cruz: Feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colonial, São Paulo, Companhia das Letras, 1986.
TANNEM, D.; WALLAT, C. Enquadres interativos e esquemas de conhecimento em interação; Exemplos de um exame/consulta médica. In: RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M., Sociolinguística Interacional, 2ª ed., São Paulo, Edições Loyola, p. 183-214, 2002.
Published
2018-12-30
Section
Artigos - Dossiê
The publication Caletroscopio shall retain for a period of three years all authorial rights for works accepted for publication: articles, reviews, translations, etc. Outside this restriction, these works are licenced through Licença Creative Commons-Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Upon expiry of this period, in the event that the author publishes the text, even when making alterations to the original, we would ask authors to include as a footnote, the information that a previous version of the article was published in the Revista Caletroscópio, citing the appropriate references.