Enunciação, percepção e experimentações estéticas na constituição do sujeito cronista
Resumo
Este artigo visa a investigar como se instaura a (inter)subjetividade em crônicas literárias produzidas pelos alunos do primeiro ano do ensino integrado de uma escola da rede federal de ensino a partir de um projeto de engenharia didática. Nossa hipótese é que a constituição do autor cronista resulta do diálogo estabelecido na constituição da tríade sujeito-espaço-tempo, assim como das experimentações estéticas, que refletem a interdependência entre o organismo e o ambiente. Os itens lexicais manifestados na produção escrita sinalizam as emoções e o processo de humanização do sujeito autor. O referencial didático se fundamenta na teoria da enunciação de Émile Benveniste (1989, 1995), na teoria da percepção de Merleau-Ponty (1971), nas reflexões de Antonio Candido (1992) acerca da crônica literária e no aporte teórico de Dolz (2016) sobre a Engenharia Didática, entre outros.
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Referências
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