As alegrias da maternidade
uma breve análise das tensões entre o moderno e o tradicional vistas a partir das relações de e com o trabalho
Resumo
O presente artigo nasceu de discussões acerca de produções literárias e narrativas de algumas mulheres africanas. Uma dessas escritoras foi Buchi Emecheta. Com os debates e discussões sobre suas obras, desvelamos algumas possibilidades de análise, focando-nos em questões de gênero, colonialidade e relações de e com o trabalho. Assim, o presente artigo objetiva apresentar reflexões a partir de As Alegrias da Maternidade (1979), tendo essas três frentes como eixos de aprofundamento. A proposta é refletir sobre as formas como essas três questões se relacionam na obra analisada. Para tanto, nos apoiaremos em abordagens como a crítica da noção de “modernidade”, de Enrique Dussel, e nas análises dos impactos da colonialidade, especialmente na vida das mulheres, expostas por Rita Segato. Por fim, entendemos que, apesar de ser uma obra ficcional, sua análise pode lançar importantes luzes sobre as realidades retratadas.