O DESTERRO DOS POETAS
A CRÍTICA PLATÓNICA DAS ARTES MIMÉTICAS
Palavras-chave:
Platão, artes miméticas, poesia, politica, educação
Resumo
A tentativa platónica de submeter as formas poéticas à filosofia não é simplesmente ilustrativa de uma tendência do pensamento grego; constitui, e de forma decisiva, uma tensão que define de forma trágica a reflexão filosófica sobre as artes até os nossos dias. A obra de Platão não só está atravessada por críticas e burlas aos autores trágicos, os pintores e os atores, como é marcada por um gesto decisivo para a determinação do pensamento filosófico: a expulsão dos poetas miméticos da cidade ideal e a distinção entre linguagem racional e linguagem poética. O presente artigo procura oferecer uma primeira introdução à crítica platónica das artes miméticas, considerando o seu alcance e estabelecendo os seus limites.