Temporalidade e criação
Agostinho, Bergson, Proust e Benjamin
Resumo
Pretende-se apresentar a noção de temporalidade como eixo sobre o qual a duração, no entrelaçamento passado/presente/futuro, funda um modo próprio para a criação estética. Seja através do conceito de duração (Bergson), de eterno presente (Agostinho) ou de contemplação de eternidade (Proust), o que se percebe nos três autores é a dimensão da temporalidade como componente fundador na constituição da identidade de si mesmo. Em Benjamin e Auerbach, tempo e criação encontram um profícuo entrelaçamento na distinção entre objetos capazes de acionar a memória involuntária e, pois, suscitar a imaginação, tais como a pintura e a escrita narrativa, e objetos que ficam meramente no nível da memória voluntária, como a fotografia e a escrita informativa, por exemplo.