Natureza, capitalismo e política.
Resumen
Este artigo situa-se no campo de discussões sobre o descompromisso da economia com o bem comum no paradigma capitalista contemporâneo (de acordo com o qual o sucesso na competição é o fim de toda ação e o critério de toda decisão) e as suas consequências para o direito, a moral e a política. Neste quadro, põe-se a pergunta: o que representa o direito, a docência, os movimentos e as políticas comprometidas com o meio ambiente, no que respeita à reconfiguração do compromisso da economia, da política e do direito para com o bem comum? O artigo procura contribuir para o esclarecimento do problema à luz da crítica aristotélica à acumulação infinita de riquezas, examinando as duas razões pelas quais ela é condenada: de um lado, porque a acumulação ilimitada de riquezas acarreta a destruição da igualdade e portanto da própria natureza política da comunidade; de outro, porque ela pressupõe a desnaturação dos bens, fazendo com que deixem de servir aos fins prático-existenciais humanos e passem a valer simplesmente como instrumentos de acumulação. Metodicamente, o artigo se constrói a partir da interpretação do tratado aristotélico A Política, posto em diálogo com autores do pensamento político contemporâneo, preocupados com o descompromisso do pensamento e das práticas econômicas com o bem comum e as suas consequências políticas, jurídicas, morais e ambientais.
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Citas
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