A colonialidade do poder e a dependência do Estado latino-americano:
elementos para pensar a condição periférica regional
Resumo
Pensar o Estado latino-americano exige a historicização de conceitos e fenômenos que ocorreram a partir da modernidade, isto é, recuperar os acontecimentos sócio-históricos de maneira reflexiva e crítica. Esse olhar permite dimensionar a influência da colonialidade do poder. Assim, não se pode desconsiderar os processos de colonização e a sua continuidade como colonialidade e influência direta na forma com que as instituições e as sociedades regionais se estruturaram, igualmente a inserção tardia e a forma dependente no capitalismo mundial. Logo, no marco das categorias da colonialidade do poder e da dependência, é possível objetivar uma compreensão da construção e estrutura do Estado em Nuestra América, especialmente se pensar a condição periférica da economia continental agravada por um cenário de crise institucional do Estado moderno. Frente a esta problemática, é possível refletir sobre os fenômenos como a globalização e o neoliberalismo, que têm acelerado o processo de aparição das contradições inerentes ao sistema de capital e institucional vigente. Ante o paradigma atual, propõe-se uma reflexão sobre o estado da arte do poder político institucional regional. O estudo foi desenvolvido partindo da técnica bibliográfica, com levantamento de base teórica: restringe-se, portanto, a percorrer o panorama atual sobre a temática, levantando, revisitando e examinando as principais categorias para melhor compreensão do tema.
Downloads
Referências
ANSALDI, Waldo; GIORDANO, Verónica. América Latina, la construcción del orden: de la colonia a la disolución de la dominación oligárquica. Buenos Aires: Ariel, 2012.
BAMBIRRA, Vânia. O capitalismo dependente latino-americano. Tradução de Fernando Correa Prado e Marina Machado Gouvêa. Florianópolis: Insular, 2012.
BERCOVICI, Gilberto. Teoria do Estado e teoria da Constituição na periferia do capitalismo: breves indagações críticas. Diálogos Constitucionais: Brasil/Portugal. Rio de Janeiro: Renovar, p. 263-290, 2004.
DUSSEL, Enrique. 20 Teses de política. 1° Edição. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales – CLACSO. São Paulo: Expressão Popular, 2007.
______. Política de la liberación. Madrid: Editorial Trotta, 2007.
______. Política da libertação. História mundial e crítica. Trad. Paulo César Carbonari (Coord.) et al. Passo Fundo: IFIBE, v. 1, 2014.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Apresentação da edição em português. In: LANDER, Edgard (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciencias sociais. Perspectivas latinoamericanas. Colección Sur Sur. Buenos Aires: CLACSO, 2005.
SANTOS, Theotônio dos. A teoria da dependência: balanço e perspectiva. Niterói: [s.n.], 1998. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/0B0eSnYD-sJTwR0dXSXZZb2trYjQ/view>. Acesso em: 18 abr. 2018.
STAVENHAGEN, Rodolfo. Siete tesis equivocadas sobre América Latina. In: Sociología y Subdesarrollo. México: Nuestro Tiempo, 1981, pp. 15‐84. Disponível em: <http://seminario7tesis.colmex.mx/images/pdf/stavenhagen-siete.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2018.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgard (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciencias sociais. Perspectivas latinoamericanas. Colección Sur Sur. Buenos Aires: CLACSO, 2005.
______. Colonialidad y modernidad/racionalidad. Perú indígena, v. 13, n. 29, p. 11-20, 1992.
VILLORO, Luis. Estado plural, pluralidad de culturas. México: Paidós, 1998.
WALLERSTEIN, Immanuel. Análisis de sistema-mundo: una introducción. México: Siglo XXI, 2005.
WOLKMER, Antônio Carlos. Repensando a questão da historicidade do Estado e do Direito na América Latina. Revista Panóptica, v. 1, n. 4, p. 82-95, 2006.
Copyright (c) 2025 Libertas: Revista de Pesquisa em Direito

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.