Conceitos de rádio: múltiplos olhares ressignificando e atualizando definições
Resumo
Recuperação histórica das contribuições de pesquisadores brasileiros a respeito da ressignificação da palavra rádio e da atualização de seu conceito em função da cultura da convergência (JENKINS, 2008) e dos processos de midiamorfose (FIDLER, 1998) e de remediação (BOLTER; GRUSIN, 1999). Constata a validade de pensar o meio como criação cultural em uma analogia com o proposto por Groth (2006) a respeito do jornalismo. Concentra o foco sobre as formulações de Eduardo Meditsch (2001a, 2001b, 2010), Débora Lopez (2010) e Marcelo Kischinhevsky (2016, 2017), colocando tais proposições em seu contexto de época. Como base para tal, utiliza a periodização para a história do rádio brasileiro proposta por AUTOR (maio-ago. 2012), conforme os parâmetros metodológicos sugeridos por Agnes Heller (1997). Demonstra as particularidades e a importância das reflexões realizadas a respeito no âmbito do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), de 1991 a 2021.
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