Discurso jornalístico em tempos de crise climática: a performance da Rádio Moçambique entre a objetividade e a subjetividade
Resumo
Moçambique é um país altamente vulnerável a eventos climáticos extremos, como ciclones e depressões tropicais, que têm impactado significativamente o modo de vida da população. A comunicação social, especialmente a Rádio Moçambique, desempenha um papel crucial na construção de narrativas sobre esses eventos. Este artigo analisa como o discurso jornalístico é construído na cobertura destes eventos extremos, considerando a vida das populações em zonas de risco. O estudo debate os princípios de objetividade e subjetividade jornalísticos e explora as estratégias de comunicação utilizadas para informar e sensibilizar o público. A metodologia adotada é qualitativa, com base na Análise do Discurso e na perspectiva funcionalista de Ruth Amossy (2008), além da perspectiva emotiva de Didi-Huberman (2016). O trabalho busca entender a intersecção entre afetos e comunicação, refletindo sobre o papel do jornalismo praticado pela Rádio Moçambique em contextos de vulnerabilidade e crise climática. Pretende-se contribuir para um entendimento mais profundo do impacto da comunicação na construção de narrativas em situações de emergência, especialmente em relação à percepção pública e à resposta política aos desastres climáticos. A análise visa explorar como as emoções são expostas ou evocadas pela cobertura midiática.
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