Chamadas de trabalho para edições 2021 da Radiofonias

2021-01-31

Edição 2021.1 - Dossiê “Rádios universitárias em tempos de ataques à ciência”

Rádios universitárias operam desde os anos 1950 no Brasil, antes mesmo da regulamentação da radiodifusão educativa, em 1962. Cartografia em andamento (Kischinhevsky, Mustafá, Pieranti e Hang, 2018) revela a existência no país de 100 emissoras pertencentes a 87 instituições de ensino superior. Desse total, 71 estão em operação em canais AM e FM com transmissão replicada via internet, enquanto as demais 29 têm programação veiculada exclusivamente on-line.

A maioria foi criada nas últimas décadas. Nos anos de 1980, foram lançadas 13 FMs. Na década de 1990, vieram mais 14 FMs e duas web rádios que permanecem em atividade. Entre 2001 e 2010, contudo, o número de novas FMs saltou para 22 e o de emissoras on-line cresceu para 10. Na década atual, considerando-se apenas os dados disponíveis até 2017, somaram-se outras 16 web rádios e quatro FMs. Mais da metade, portanto, iniciou suas transmissões no século XXI, uma evidência não apenas do crescimento do campo da comunicação pública e educativa, mas também do interesse estratégico na divulgação científica, tecnológica e de inovação.

A despeito dessa forte expansão, rádios universitárias enfrentam uma série de obstáculos: infraestrutura precária, falta de pessoal, financiamento incerto e instabilidades institucionais. A estes, veio somar-se o desafio colocado pelos ataques políticos de grupos organizados contra a universidade, difamada como espaço de construção de conhecimento e inclusão social e cultural. A era da pós-verdade, das campanhas de desinformação patrocinadas em mídias sociais, coloca novo patamar de dificuldades para o campo da radiodifusão universitária, que ainda luta pelo seu reconhecimento legal e por mais apoio a seu papel formativo.

Nesse contexto, Radiofonias incentiva submissões que proponham reflexões teóricas, estudos de caso e/ou decorram de projetos de pesquisa envolvendo os diversos aspectos da radiodifusão universitária, tais como:

  • Rádios universitárias, regulação e políticas de comunicação pública e educativa
  • Desafios institucionais, alternativas de financiamento e o papel do apoio cultural
  • Emissoras universitárias como espaço de experimentação e formação profissional
  • Em busca da audiência: a importância de falar para além dos muros da universidade
  • Representatividade étnica e de gênero nas emissoras universitárias
  • Formação de redes e experiências de coberturas conjuntas e intercâmbio de conteúdos
  • Radiojornalismo em emissoras universitárias
  • Articulações entre rádios universitárias e circuitos locais e regionais de música independente

>> Novo prazo para submissões: 28 de fevereiro de 2021

Edição 2021.2 – Dossiê “30 anos de estudos radiofônicos – O papel do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom”

Edição de Debora Cristina Lopez, Eduardo Vicente, Lena Benzecry e Marcelo Kischinhevsky

Depois de décadas marcadas pela produção de livros técnicos e de caráter memorialístico, o rádio torna-se, enfim, nos anos 1990, objeto de reflexões acadêmicas mais consistentes e sistemáticas. A radiofonia passa a ganhar espaço como objeto de pesquisa em nível de pós-graduação, no Brasil e em diversos outros países, onde sua popularidade como meio de comunicação permanece forte apesar do avanço das plataformas digitais.

Um marco dessa nova fase dos estudos radiofônicos foi a criação do Grupo de Trabalho Pesquisa em Rádio (hoje denominado Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora), da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), em 1991. O grupo se reúne anualmente, desde então, durante os Congressos Brasileiros de Ciências da Comunicação, oferecendo espaço importante para intercâmbio e produção de conhecimentos sobre a radiofonia. Entre 1991 e 2020, foram apresentados nada menos que 941 artigos científicos no GP, a partir das mais diversas perspectivas teórico-metodológicas, desde a história do meio, de emissoras ou personagens até o radiojornalismo, o rádio musical e a radiofonia diante da convergência midiática. O GP é o mais ativo da Intercom, tendo produzido, ao longo de sua trajetória, 24 livros coletivos.

Nesse contexto, Radiofonias incentiva submissões que proponham reflexões sobre a radiofonia que contemplem temas como:

  • A historicidade dos estudos radiofônicos no Brasil
  • A internacionalização dos estudos em rádio e mídia sonora
  • A inserção do rádio e da mídia sonora como objeto de pesquisas em nível de mestrado e doutorado
  • Novas perspectivas teórico-metodológicas em rádio e mídia sonora
  • Gênero e etnicidade nas pesquisas radiofônicas

 

Prazo para submissões: 27 de junho de 2021

 

Edição 2021.3 – Temas livres

Lembramos que artigos de temas livres podem ser submetidos em fluxo contínuo.