Soberba, poesia, desvio:
O conceito de arte no pensamento flusseriano
Resumo
Este artigo apresenta o modo como o conceito de arte foi trabalhado ontologicamente nos primeiros livros de Vilém Flusser, particularmente em Língua e Realidade e A História do Diabo, para, em seguida, apresentar como foi trabalhado politicamente em alguns textos das décadas de setenta e oitenta. Na fase inicial de seu pensamento, a alegoria flusseriana da teia e o diagrama do globo da língua mostram que a atividade artística (ou poética) cria língua, a qual constitui a totalidade da civilização, da cultura, da mente, da natureza, enfim, da realidade. Em textos posteriores, sobretudo os que são articulados em torno da noção de pós-história, a arte aparece como modo de emancipação em relação ao discurso tecnocrático – no qual o ser humano é estabelecido como funcionário, peça no interior de aparelho – e resgate de conhecimentos e práticas de um uso estritamente técnico, comercial e programado. As continuidades e diferenças entre essas perspectivas apontam para a urgência de se pensar a arte, atualmente, como reconstrução da política.
Downloads
Referências
DUARTE, Rodrigo. “Prefácio”. In: FLUSSER, Vilém. Pós-História - vinte instantâneos e um modo de usar. São Paulo: Annablume, 2011.
FINGER, Anke. “On Creativity: Blue Dogs with Red Spots”. In: Flusser Studies, n. 10. Novembro, 2010.
FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta. São Paulo: Annablume, 2011.
FLUSSER, Vilém. Pós-História - vinte instantâneos e um modo de usar. São Paulo: Annablume, 2011.
FLUSSER, Vilém. “A Arte: O Belo e o Agradável”. Trad.: Rachel Cecília de Oliveira Costa. In: Artefilosofia, n. 11, UFOP, 2011.
FLUSSER, Vilém. . Ficções filosóficas. São Paulo: EDUSP, 1998.
FLUSSER, Vilém. “Criação científica e artística”. Conferência na Maison de la Culture, Chalon s/Saone, 26/3/1982. Disponível no Arquivo Flusser.
FLUSSER, Vilém. “Artifício, artefato, artimanha”. Conferência ministrada na Bienal de São Paulo, 1985. Disponível no Arquivo Flusser.
FLUSSER, Vilém. . “Habit: the True Aesthetic Criterium”. Manuscrito de 1990. Disponível no Arquivo Flusser.
FLUSSER, Vilém. .“The Photograph as Post - Industrial Object”. In: LEONARDO, Vol. 19, No. 4, pp. 329 - 332, 1986.
FLUSSER, Vilém. “O Espírito do Tempo nas Artes Plásticas”. Publicado originalmente em O Estado de São Paulo (703): 03/01/1971. Disponível no Arquivo Flusser.
FLUSSER, Vilém. “A arte como Embriaguez”. Publicado originalmente em Folha de São Paulo (255): 06/12/1981. Disponível no Arquivo Flusser.
FLUSSER, Vilém. Língua e Realidade. São Paulo: Annablume, 2007.
FLUSSER, Vilém. Bodenlos: uma autobiografia filosófica. São Paulo: Annablume, 2007.
FLUSSER, Vilém. Natural:mente: vários acessos ao significado da natureza. São Paulo: Duas Cidades, 1978.
FLUSSER, Vilém. A história do Diabo. São Paulo: Annablume, 2008.
GULDIN, Rainer. Pensar entre línguas. São Paulo: Annablume, 2010.
ÍÑIGO, Emilio Lledó. El Concepto “poíesis” en la filosofia griega. Madrid: Instituto Luis Vives de Filosofia, 1961.
PAZETTO, Debora. “O belo é elevado, o agradável é conservador”. In: Flusser Studies, n. 12, novembro de 2011.
SHINER, Larry, The invention of art: a cultural history. Chicago: University of Chicago Press, 2003.
Copyright (c) 2019 Artefilosofia
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores/as mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/ que permite o compartilhamento do trabalho, com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores/as têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.