O problema da legitimidade dos Cursos de estética de Hegel
Resumo
O trabalho aborda o problema da legitimidade da primeira edição dos Cursos de estética de Hegel, editado por Heinrich Gustav Hotho e publicado pela primeira vez em 1835. A questão central levantada, sobretudo, por intérpretes que estudam a estética hegeliana – desde que o projeto de compilação das aulas sobre estética de Hegel começou a circular dentro e fora da Alemanha – é a seguinte: a edição de Hotho é um retrato fiel do sistema das artes de Hegel ou se trata de uma falsificação? Essa pergunta foi levada tão a sério pelos intérpretes a ponto de impulsionar a publicação de três outros projetos editoriais da estética de Hegel: as chamadas edições crítico-históricas da estética hegeliana. Desde a consolidação das duas primeiras edições críticas (de Lasson e de Gethmann-Siefert) um novo impasse veio se somar ao primeiro: entre as quatro edições da estética qual seria a mais indicada? O estudo “dual” da estética hegeliana é atualmente uma exigência obrigatória? Defendemos que as edições de Hotho são legítimas, embora um estudo “dual” seja atualmente recomendado.
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Referências
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