Voz sem corpo, torrente de palavras
Não eu de Samuel Beckett
Resumo
O artigo aborda as versões para o teatro e para a televisão da peça Não eu (1972) de Samuel Beckett. Levando-se em conta a autonomia de cada um desses meios artísticos, pretende-se mostrar como a peça coloca em cena dois aspectos transversais da produção tardia do autor: a redução do corpo a um fragmento do mesmo, no caso, à boca da personagem em fala contínua; e a constituição de uma experiência subjetiva pautada não mais pelo questionamento da primeira pessoa, tal como se observava em trabalhos anteriores de Beckett, mas por sua reiterada negação, com o consequente deslocamento da primeira para a terceira pessoa.
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Referências
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