Ensaio, o corpo vivo da filosofia
Resumo
O artigo apresenta a ideia de que o ensaio é o corpo vivo da filosofia. Em primeiro lugar, descreve a dualidade hierárquica que, durante a tradição ocidental, conferiu ao espírito superioridade sobre o corpo. Em segundo lugar, mostra a consequência disso para o menosprezo da linguagem, entendida como corpo do pensamento. Em terceiro lugar, aponta a exceção a essa regra que seria o ensaio, tendo em vista o seu tratamento como forma desde o Renascimento, com Michel de Montaigne. Em quarto lugar, aponta como as principais teorias do ensaio do século XX pensaram essa forma, com Georg Lukács, Walter Benjamin, Max Bense e Theodor Adorno. Por fim, explicita-se que a ideia do ensaio como corpo vivo da filosofia tem origem em Michel Foucault e na tentativa de pensar diferentemente do modo como já se pensa.
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Referências
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