Ensaio, o corpo vivo da filosofia

  • Pedro Duarte
Palavras-chave: Ensaio, Corpo, Forma, Linguagem, Pensamento

Resumo

O artigo apresenta a ideia de que o ensaio é o corpo vivo da filosofia. Em primeiro lugar, descreve a dualidade hierárquica que, durante a tradição ocidental, conferiu ao espírito superioridade sobre o corpo. Em segundo lugar, mostra a consequência disso para o menosprezo da linguagem, entendida como corpo do pensamento. Em terceiro lugar, aponta a exceção a essa regra que seria o ensaio, tendo em vista o seu tratamento como forma desde o Renascimento, com Michel de Montaigne. Em quarto lugar, aponta como as principais teorias do ensaio do século XX pensaram essa forma, com Georg Lukács, Walter Benjamin, Max Bense e Theodor Adorno. Por fim, explicita-se que a ideia do ensaio como corpo vivo da filosofia tem origem em Michel Foucault e na tentativa de pensar diferentemente do modo como já se pensa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADORNO, Theodor. O ensaio como forma. Notas de Literatura I. Trad. Jorge M. B. Almeida. São Paulo: 34; Duas Cidade, 2003.

AUDEN, W. H. Poemas. Trad. José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.

BENJAMIN, Walter. Origem do drama barroco alemão. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1984.

BENJAMIN, Walter. Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem humana. Sobre arte, técnica, literatura e política. Trad. Maria Luz Moita, Maria Amélia Cruz e Manuel Alberto. Lisboa: Relógio D’água, 1992.

BENSE, Max. O ensaio e sua prosa. Trad. Samuel Titan Jr. In: PIRES, Paulo Roberto (Org.). Doze ensaios sobre o ensaio. São Paulo: IMS, 2018.

CAMPOS, Haroldo. Galáxias. São Paulo: 34, 2004.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 2. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

GAGNEBIN, Jeanne-Marie. As formas literárias da filosofia. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: 34, 2006.

LOURENÇO, Eduardo. Obras completas I: Heterodoxias. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2012.

LUKÁCS, Georg. A alma e as formas. Trad. Rainer Patriota. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

PLATÃO. A república. Trad. Elza Moreira Marcelina. Brasília: Unb, 1996.

PLATÃO. Carta VII. Trad. José Trindade Santos e Juvino Maia Jr. Rio de Janeiro: PUC-Rio, São Paulo: Loyola, 2008.

PLATÃO. Protágoras, Górgias, Fedão. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2002.

Publicado
2020-12-24
Seção
Artigos Convidados