Nietzsche e a lanterna de Diógenes

  • Daniel Filipe Carvalho Carvalho
Palavras-chave: Nietzsche, lanterna de Diógenes, Diógenes

Resumo

O objetivo do texto é fazer uma conexão entre Nietzsche e cinismo. Sugere-se que o contato de Nietzsche com o cinismo, como alegado por alguns intérpretes contemporâneos, ultrapassa o mero interesse histórico, o que significa dizer que ele não só pensou sobre, mas também incorporou algumas potencialidades da filosofia cínica, especialmente no que se refere ao seu arsenal de crítica dos valores. Embora faça uma breve apresentação acerca dos variados motivos que tornam esta aproximação entre Nietzsche e o cinismo possível, o texto se concentra em apenas duas questões: 1) a atividade de crítica e superação dos valores correntes (que envolve a formatação de um estilo retórico e literário diferente daquele adotado pela tradição filosófica) e 2) a questão da vida filosófica no exílio.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BETZ, Hans Dieter. “Jesus and the Cynics: survey and analysis of a hypothesis”. The Journal of Religion, Vol. 74, Nº 4 (Oct., 1994), pp. 453-475.

BILLERBEK, M. “O cínico ideal: de Epicteto a Juliano” In: M.O. Goulet-Cazé e R.B.Branham (Orgs.). Os cínicos. O movimento cínico na Antiguidade e o seu legado, São Paulo, Loyola, 2007, p. 227-243.

BRANHAM, R.Bracht. “Desfigurar a moeda. A retórica de Diógenes e a invenção do cinismo”. In: Os cínicos.O movimento cínico na Antiguidade e o seu legado, São Paulo, Loyola, 2007.

BRANHAM, R.Bracht. “Nietzsche’s Cynicism: Uppercase or lowercase?”. In: Nietzsche and Antiquity: his reaction and response to classical tradition. Ed: Paul Bischop. Rochester, NY and Woodbridge, Suffolk: Camden Course, 2004, p. 170-171.

COLLI, G; MONTINARI, M. (orgs.); Nietzsche: Sämtliche Werke –Kritische Studienausgabe (KSA). Berlim; Munique; Nova York: Walter de Gruyter, 1999. 15v.

DIDEROT, D., “O sobrinho de Rameau”. In: Textos escolhisdos. São Paulo, Abril Cultural, 1979. Col. Os pensadores.

DUDLEY, D.R., A history of cynicism from Diogenes to the sixth Century. A.D.,Londres, 1937.

FLORES JUNIOR, Olimar. Canes sine coda: filósofos e falsários: uma leitura do cinismo antigo a partir da literatura relativa a Diógenes de Sínope. Dissertação de Mestrado, UFMG: 1999.

FERRAZ, Maria Cristina Franco. “Nietzsche: Filosofia e Paródia”, In: Nove variações sobre temas nietzschianos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

FERRAZ, Maria Cristina Franco. Nietzsche, o bufão dos deuses. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994.

FUENTES GONZÁLEZ, Pedro Pablo. “El atajo filosófico de los cínicos antiguos hacia la felicidad”. Cuadernos de Filología Clásica: Estudios griegos e indoeuropeos. Vol. 12, 2002, 203-251.

GOULET-CAZÉ, M-O. & BRANHAM, R.B. (Orgs), Os cínicos. O movimento cínico na Antiguidade e o seu legado, São Paulo, Loyola, 2007.

HUTTER, Horst. “With the ‘Nightwatchman of the Greek Philosophy’: Nietzsche’s Way of Cynicism”. In: Nietzsche And The Rhetoric Of Nihilism: Essays On Interpretation, Language And Politics. Edited by Tom Darby,Béla Egyedand Ben Jones. Carleton University Press, 1989, p. 117-132.

JENSEN, Anthony K. “Nietzsche’s unpublished fragments on ancient cynicism: the first night of Diogenes”. In: Nietzsche and Antiquity: his reaction and response to classical tradition. Ed: Paul Bischop. Rochester, NY and Woodbridge, Suffolk: Camden Course, 2004, p.182-191.

LAÊRTIOS, Diógenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. Brasília, Ed.UnB, 2008.

MOLES, J. “Cosmopolitismo cínico”. In: Os cínicos. O movimento cínico na Antiguidade e o seu legado, São Paulo, Loyola, 2007.

NAVIA, Luis E. Diógenes, o cínico. Trad. João M. Moreira Auto. São Paulo: Odysseus Editora, 2009.

NIEHUES-PRÖBSTING, H. “A recepção modernado cinismo. Diógenes no Iluminismo”. In: M.O. Goulet-Cazé e R.B.Branham (Orgs.). Os cínicos. O movimento cínico na Antiguidade e o seu legado, São Paulo, Loyola, 2007.

NIETZSCHE, Friedrich W. Além do bem e do mal (JGB/BM). Trad. Paulo César de Souza. 2a ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

NIETZSCHE, Friedrich W. O Anticristo-Ditirambos de Dionísio(AC/AC). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

NIETZSCHE, Friedrich W. Aurora (M/A). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

NIETZSCHE, Friedrich W. O Caso Wagner -Nietzsche contra Wagner(NW/NW). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

NIETZSCHE, Friedrich W. Crepúsculo dos ídolos (GD/CI). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

NIETZSCHE, Friedrich W. Ecce homo (EH/EH). Trad. Paulo César de Souza. 2a ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

NIETZSCHE, Friedrich W. A Gaia ciência (FW/GC). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

NIETZSCHE, Friedrich W. Genealogia da moral (GM/GM). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

NIETZSCHE, Friedrich W. Humano demasiado humano (MA I/HH I). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

NIETZSCHE, Friedrich W. Humano demasiado humano II. Opiniões e sentenças diversas. O andarilho e sua sobra (MA II/HH II). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

NIETZSCHE, Friedrich W. O Nascimento da tragédia (GT/NT). Trad. Jacó Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

NIETZSCHE, Friedrich W. Segunda consideração intempestiva: da utilidade e desvantagem da história para a vida (HL/Co.Ext. II). Trad. Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.

ONFRAY, M. Cinismos –retrato de los filosofos llamados perros. Buenos Aires: Paidós, 2002.

RODRIGUES JUNIOR, Ruy de Carvalho. “De Kynismus a Zynismus: ou do latido pedagógico ao pessimismo cínico de Cioran”. In: Emil Cioran e a filosofia negativa: homenagem ao centenário de nascimento. Org. Deyve Redyson. Porto Alegre: Sulina, 2011, pp. 17-43.

SLOTERDIJK, Peter. Crítica da razão cínica. Trad. Marco Casanova et.al. São Paulo: Estação Liberdade, 2012.

SLOTERDIJK, Peter. O quinto “evangelho” de Nietzsche. Trad. Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Editora TempoBrasileiro, 2004.

Publicado
2017-04-20
Seção
Dossiê: Nietzsche