O infantil e o selvagem na Filosofia da nova música
Resumo
Analisa-se aqui, com base na Filosofi a da nova música, a primeira fase do compositor Igor Stravinski. O texto está dividido em duas grandes partes. A primeira avalia especifi camente a peça intitulada A sagração da primavera. A segunda analisa a ópera Renard. A pesquisa procura também explicitar as fontes teóricas utilizadas pelo fi lósofo Theodor Adorno na elaboração de sua já referida obra, em especial: Freud, Kant e Aristóteles. Conclui-se que a primeira fase de Stravinski é constituída por elementos selvagens e infantis, porque nela o compositor ora põe em cena rituais primitivos, ora se vale de contos de fadas. Adorno, por sua vez, procurou mostrar, valendo-se dos estudos freudianos, a coincidência entre as estruturas psíquicas dos selvagens, das crianças e dos neuróticos, com objetivo de desmascarar o caráter regressivo da música de Stravinski. Esse descarrilamento da música moderna em direção à barbárie estilizada também pode ser interpretado como o fracasso do projeto da modernidade apresentado por Kant, que, antes de tudo, signifi cava a saída do homem da sua menoridade.
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Referências
ADORNO, T. W. Filosofi a da nova música. São Paulo: Perspectiva, 1989.
ARISTÓTELES. Poética. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Os Pensadores).
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KANT, I. Resposta à pergunta: Que é “Esclarecimento”? In: KANT, I. Textos seletos. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005. cap. 4, p. 63-71.
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